São Paulo
(20/01/06) - Uma operação realizada
na noite de ontem (19/01) no município
de Ubatuba, litoral norte de SP, encontrou
cerca de 20kg de palmito juçara (Euterpe
edulis) em restaurantes e pizzarias. O palmito
estava acondicionado em embalagens sem indicações
de origem legal (informações
sobre o produtor e registro no Ibama). A maior
parte das embalagens sequer continha rótulo,
o que além de configurar uma infração
ambiental ainda pode trazer riscos à
saúde do consumidor pois indica que
o produto não obedece aos padrões
de higiene estabelecidos pelo Ministério
da Saúde. Todo o palmito irregular
foi apreendido e os proprietários dos
estabelecimentos foram autuados. Eles ainda
deverão responder a processo por crime
ambiental.
Segundo o chefe do escritório
do Ibama em Caraguatatuba, Leonardo Teixeira,
o volume apreendido, considerado pequeno,
dá mostras de que o mercado consumidor
caminha para a legalidade. ?Isso é
fruto das constantes operações
contra a extração, transporte
e comércio irregular de palmito?, diz.
Cada operação é realizada
em conjunto com a Polícia Militar Ambiental,
o Instituto Florestal e a Vigilância
Sanitária.
O bom resultado, contudo,
não implica numa diminuição
da fiscalização. Pelo contrário,
a fiscalização vai continuar
ativa em todo litoral, Vale do Paraíba
e Vale do Ribeira. Por isso, é muito
importante que os comerciantes não
adquiram palmitos de origem duvidosa, especialmente
os vendidos in natura, alerta Teixeira.Espécie
ameaçada requer consumidor consciente
O palmito juçara
(Euterpe edulis) é encontrado predominantemente
em áreas de mata atlântica. Possui
um ciclo de produção longo e
a extração predatória
já coloca a espécie na condição
de ameaçada de extinção
em muitos estados brasileiros. Para se produzir
um vidro de palmito de 3kg, com toletes de
2,5 cm é necessário derrubar
sete árvores da espécie. Cada
uma delas demora cerca de 10 anos para atingir
esse estágio. Para reverter esse quadro,
a conscientização dos consumidores
é fundamental. Por isso, antes de comprar
palmitos, seja para consumo comercial ou mesmo
doméstico, é preciso estar atento
às seguintes dicas: Não compre
palmitos acondicionados em embalagens sem
rótulos ou com rótulos de qualidade
duvidosa (ilegíveis, informações
deturpadas). Toda embalagem deve conter no
rótulo e na tampa o nome do produtor,
seu registro no Ibama e no Ministério
da Saúde, além de informações
sobre a espécie de palmito ali acondicionada.
Não compre palmitos in natura vendidos
à beira de estradas ou em feiras e
supermercados se não houver indicações
de sua procedência. O palmito de açaí
ou pupunha tem sua venda liberada, mas é
preciso saber identificá-lo.