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FUNAI DEVE PEDIR PRESSA EM JULGAMENTO SOBRE TERRA DE ONDE ÍNDIOS GUARANI-KAIOWÁ FORAM RETIRADOS

Panorama Ambiental
Antônio João (MS) – Brasil
Janeiro de 2006

20/01/2006 - Antonio João (MS) - A Fundação Nacional do Índio (Funai) espera reunir-se no início de fevereiro com o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Cezar Peluso, relator do processo que pede a suspensão da decisão presidencial que criou a terra indígena Nhanderu Marangatu, dos Guarani-Kaiowá. A informação é do procurador-geral da Funai, Luiz Fernando Villares e Silva.

"Queremos sensibilizar o ministro, explicar para ele que, neste caso, a demora em julgar o caso pode ser muito prejudicial para a comunidade", diz Silva. Posteriormente, outros ministros do STF, segundo o procurador, também serão visitados.

O pecuarista Pio Silva e outros cerca de 15 fazendeiros que moveram a ação alegam, entre outras coisas, que houve falta de diálogo da parte do governo federal. Segundo a Funai, as ações dos fazendeiros contra a homologação ignoram o fato de que todas as oportunidades de contestação legal foram oferecidas ao longo dos mais de sete anos que durou o processo de criação da área, incluindo as fases de identificação, demarcação e homologação da terra.

O procurador-geral da fundação esteve reunido na última quarta-feira (18) em Antonio João com representantes das cerca de 200 famílias de índios guarani-kaiowá que foram retiradas da terra indígena Nhanderu Marangatu em dezembro do ano passado. Ele diz que uma mudança em implementação na Constituição estadual do Mato Grosso do Sul deve permitir em breve ao estado pagar indenizações pela terra a fazendeiros como os de Nhanderu. Atualmente, em caso de criação de terra indígena, a União só paga indenização pelas benfeitorias. "No Rio Grande do Sul, por exemplo, esse tipo de pagamento pelo estado já acontece há algum tempo, o que permitiu a criação de diversas terras indígenas", explica Silva.

A expectativa da Funai, segundo ele, é que esse pagamento diminua a oposição às demarcações das terras guarani-kaiowá. A região sul do Mato Grosso do Sul é considerada hoje um dos principais focos de conflito fundiário envolvendo indígenas em todo o país e uma das últimas regiões onde ainda há maior volume de terras indígenas por demarcar. Ali, vivem cerca de 37 mil índios das duas etnias, em cerca de 32 áreas, pouco mais de 40 mil hectares - dados da Fundação Nacional de Saúde (Funasa) e da Funai. Outras três demarcações de terras guarani-kaiowá no estado são atualmente contestadas na Justiça.

Segundo o procurador-geral, os títulos de propriedade na faixa de fronteira com o Paraguai, como acontece em Nhanderu, foram concedidos pelo então governo de Mato Grosso (o estado foi dividido em 1977), por volta da década de 50, como parte de uma política de ocupação da região.

O fato de os fazendeiros terem se instalado na região com incentivo oficial é utilizado como argumento em defesa deles na região. "Há 50 anos, eles estão aqui na fronteira segurando a nossa bandeira. O país tinha que respeitar essas pessoas", diz o prefeito de Antonio João, Junei Marques. A prefeitura da cidade tem auxiliado a Funai e a Funasa no trabalho de assistência aos índios desde que eles foram retirados da área por decisão judicial, em dezembro.

O decreto presidencial que homologou a criação dessa terra foi assinado em março de 2005, e suspenso por uma decisão provisória (liminar) do presidente do STF, Nelson Jobim, em julho do mesmo ano. Em 15 de dezembro, as cerca de 200 famílias de índios que já começavam a ocupar os 9,3 mil hectares da terra foram retiradas do local pela polícia, em cumprimento a uma decisão judicial de reintegração de posse em favor dos fazendeiros.

Hoje, parte dessas famílias está acampada à beira da estrada MS-384, entre Antonio João e Bela Vista (cerca de 450 quilômetros a sudoeste de Campo Grande). Uma parcela dos índios expulsos voltou para os cerca de 26 hectares de terra, dentro da área, que eles ocupavam provisoriamente desde 1999, após acordo dos fazendeiros locais com o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), segundo a Funai.

 
 

Fonte: Agência Brasil - Radiobras (www.radiobras.gov.br)
Spensy Pimentel

 
 
 
 
 
 

 

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