20/01/2006 – A primeira
fábrica de enriquecimento de Urânio
do Brasil será inaugurada nos próximos
dias, mas não entrará em funcionamento
imediatamente. O licenciamento por parte do
Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos
Recursos Naturais Renováveis (IBAMA)
já foi dado. Mas o processo ainda está
em fase conclusiva na Comissão Nacional
de Energia Nuclear (CNEN) e na Agência
Internacional de Energia Atômica (AIEA).
"Faltam apenas formalidades",
conta o presidente da CNEN, Odair Dias Gonçalves.
Para ele, a fábrica foi construída
dentro dos parâmetros de segurança
e não vai representar riscos para a
população. O diretor da Área
de Enriquecimento da Indústrias Nucleares
do Brasil (INB), Carlos Freire Moreira, diz
que usina atende aos requisitos da CNEN, órgão
responsável pelo rastreamento de tudo
o que acontece em todas as fases de processamento
de combustíveis nucleares.
"No caso do Brasil,
esse acompanhamento ocorre desde a lavra do
Urânio em Caitité, na Bahia,
até o emprego do elemento combustível
em Angra dos Reis, no Rio de Janeiro",
revela Moreira. "São produzidos
cerca de três mil documentos sobre todos
os passos do processo. Eu desconheço
um processo industrial que faça isso."
O diretor da INB defende
que as entidades ambientalistas façam
uma permanente vigilância sobre tudo
e todos que eventualmente possam representar
qualquer tipo de agressão à
natureza. Mas, nesse sentido, Freire pede
que o monitoramento seja feito de acordo com
a "realidade". Segundo ele, a CNEN
vem se desdobrando para providenciar um local
para a estocagem definitiva de rejeitos nucleares.