20/01/2006
- O peixe mais nobre do Amazonas, o pirarucu,
é o mais novo produto com a marca ‘Amazônia’
a conquistar de vez o mercado nacional com
o incentivo do Governo do Estado do Amazonas.
O primeiro grande negócio firmado entre
os produtores do interior e o Grupo Pão
de Açúcar envolve o fornecimento
de 50 toneladas de carne de pirarucu, oriundas
de áreas de manejo e beneficiadas ainda
no Estado, para as prateleiras de supermercados
nacionais a partir deste ano.
O contrato envolvendo a
empresa Frigopesca (frigorífico localizado
no município de Manacapuru) e o Grupo
Pão de Açúcar, com interveniência
da Agência de Florestas e Negócios
Sustentáveis do Amazonas (AFLORAM),
já foi firmado e será oficializado
nesta segunda-feira, 23, em São Paulo,
e renderá cerca de R$ 350 mil em recursos
que vão diretamente para as populações
envolvidas no manejo do pirarucu, que mobiliza
mais de 200 famílias dos municípios
de Fonte Boa e Manacapuru.
Inicialmente, os pequenos
produtores irão fornecer, com apoio
do Governo Eduardo Braga, um lote de 27 toneladas
da carne do peixe, sendo o restante do produto
repassado posteriormente. A carne de pirarucu
fornecida pelo frigorífico, por ser
produzida segundo parâmetros do manejo
sustentável, encaixou-se no Programa
Caras do Brasil, desenvolvido pelo Grupo Pão
de Açúcar, com a finalidade
de introduzir nas prateleiras dos supermercados
produtos elaborados por grupos e organizações
que defendem o meio ambiente e a responsabilidade
social, em busca do fortalecimento do desenvolvimento
sustentável no país.
“Trata-se de um produto
diferenciado, pois advém de métodos
de manejo que envolve processos de organização
social, qualificação e períodos
de pesca determinados, para que não
haja impactos na população do
pirarucu. Estes diferenciais foram imprescindíveis
para o produto do Amazonas ser incluído
no Programa Caras do Brasil, do Pão
de Açúcar que oferece negócios
mais justos para produtores que trabalhem
de forma sustentável”, explicou João
Tezza, Diretor de Comercialização
e Negócios Sustentáveis da AFLORAM.
O contrato, firmado com
cláusulas que obrigam o frigorífico
a realizar um pagamento mais justo aos pescadores
que trabalham com manejo, vai beneficiar mais
de 78 comunidades produtoras do interior do
Estado. Atualmente, a capacidade produtiva
destas famílias gira em torno de 1.400
toneladas por ano.
“O Pirarucu já é
um caso de sucesso. A AFLORAM articulou, juntamente
com o Pão de Açúcar e
um frigorífico do Amazonas, o lançamento
deste produto, estabelecendo uma relação
justa entre as partes, que permitisse pagar
preços 60% superiores aos negociados
atualmente, e ainda conseguir a formação
de um fundo social de desenvolvimento local”,
explicou Malvino Salvador, lembrando que a
pesca do pirarucu é feita com base
no ciclo produtivo do peixe e a partir de
autorização do Instituto Brasileiro
do Meio Ambiente e Recursos Renováveis
(IBAMA).
Dentro deste contexto, a
AFLORAM, vem atuando como braço de
apoio às cadeias produtivas do interior,
difundindo as técnicas de manejo e
buscando mercados justos para o escoamento
da produção do Estado. Aliado
ao projeto ‘Caras do Brasil’, o Programa Zona
Franca Verde pretende abrir novos espaços
para fortalecer o comércio justo entre
a população do interior do Amazonas
e os grandes centros comerciais.