16/01/2006
- O secretário-geral da Associação
Brasileira das Indústrias de Óleos
Vegetais (Abiove), Fábio Trigueirinho,
rebateu as críticas feitas por ambientalistas
ouvidos na série de reportagens especiais
"Soja, um grande negócio",
de que a monocultura provoca impactos ambientais
e que avança agora para a floresta
amazônica. O documentário está
sendo veiculado na programação
da Rádio Nacional (Brasília,
Rio e Amazônia) a partir desta segunda-feira
(16) e o áudio está disponível
na Agência Brasil.
De acordo com Fábio
Trigueirinho, os produtores brasileiros de
soja passaram por um longo "processo
de aprendizagem" e, por isso, não
repetem mais os erros cometidos quando começaram
no Rio Grande do Sul. Ele assegura que os
produtores estão hoje "num estágio
de bastante integração com o
meio ambiente" e que existe "consenso
nos aspectos da conservação
do solo" lembrando ainda que ele é
"o maior bem onde o produtor tem que
investir pesado na correção
antes dos primeiros plantios".
O secretário da Abiove
advertiu os ambientalistas para que também
busquem o que classificou de "equilíbrio"
entre os três pilares que sustentam
a produção de soja no Brasil.
Segundo ele, é preciso manter os aspectos
"sociais, econômicos e ambientais"
que a soja proporciona. Ele citou os US$ 10
bilhões que o complexo soja (farelo,
óleo e grãos) trouxe para o
Brasil, no ano passado, transformando o país
no maior exportador mundial e no segundo produtor,
atrás dos Estados Unidos.
Sobre o avanço da
soja em direção à floresta
amazônica, Fábio Trigueirinho
rebateu as acusações dizendo
que "não correspondem à
realidade", mas aceitou que existem "casos
isolados, em escala relativamente pequena,
de plantio de soja em áreas de floresta".
Ele citou dados do governo que garantem que
a cultura da soja ocupa apenas 1,2% da área
da Amazônia Legal, formada por nove
estados. Lembrou que 30% da área amazônica
são de cerrado, onde ele defendeu o
aumento do plantio de soja e outros produtos
agrícolas.
O secretário-geral
da Abiove rebateu também a crítica
de que os produtores de soja não teriam
interesse em comprar terras e por isso estariam
usando os pecuaristas na Amazônia para
seguirem na frente, devastando a floresta.
Ele explicou que o produtor de soja precisa
investir pesado na correção
do solo e por isso não interessa a
ele, por exemplo, comprar terras na Amazônia
onde, segundo afirmou, "mais de 50% não
tem documentação de propriedade".
Por isso, ele aconselha uma ocupação
"racional" na região a fim
de se evitar ‘muita ocupação
desenfreada".