26/01/2006
– Dados do relatório que está
sendo elaborado pela Fundação
Nacional do Índio (Funai) sobre a área
indígena tupiniquim, localizada no
município de Aracruz (ES), foram questionados
pela empresa Aracruz Celulose. Na semana passada,
a Polícia Federal retirou os indígenas
da área que também é
reivindicada pela Aracruz Celulose. A operação
deixou pelo menos oito índios feridos.
Em nota à imprensa,
a Aracruz informou que o Ministério
da Justiça homologou cerca de 2,5 mil
hectares como terra tradicionalmente ocupada
por índios e não 16 mil hectares
segundo a Funai informou, ontem (25), à
Agência Brasil.
A Aracruz afirmou que não
está em curso nenhuma negociação
entre a Funai e a empresa, "para que
ela possa retirar as benfeitorias feitas na
terra". Além disso, a empresa
afirmou que não houve nenhum acordo
de compensação com os índios,
mas sim um acordo para evitar o prolongamento
da questão entre eles e a Aracruz.
Como resultado desse acordo, revisado em 2002,
e da compra de madeira dos índios,
a Aracruz disse ter repassado aos índios
mais de 23 milhões aos índios.
A nota ainda informou que
na última terça-feira (24) o
Tribunal Regional da Federal do Rio de Janeiro
e Espírito Santo confirmou a reintegração
de posse da terra ocupada pelos índios
para a Aracruz.
Na manhã da sexta-feira
(20) passada, índios tupiniquim foram
retirados de suas terras no município
de Aracruz, no norte do Espírito Santo,
durante o cumprimento de uma ação
de reintegração de posse em
favor da empresa Aracruz Celulose, proprietária
das terras.
A Polícia Federal
executou a operação e duas aldeias
foram despejadas, a Aldeia Ouro e a Aldeia
Olho D’Água. Nesta última a
equipe da Polícia Federal entrou em
confronto com os indígenas. Durante
a operação cerca de oito índios
sofreram ferimentos leves. No fim do mesmo
dia, a Justiça Federal do Espírito
Santo derrubou a liminar que dava a empresa
Aracruz a reintegração de posse.