22/01/2006
- O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente
e dos recursos Naturais Renováveis
(Ibama) marcou para o dia 30 o começo
das vistorias ambientais para a construção
das hidrelétricas Santo Antônio
e Jirau. As duas usinas devem ser construídas
no Rio Madeira, em Rondônia, e têm
capacidade prevista de 6.400 megawatts. A
equipe técnica da Diretoria de Licenciamento
e Qualidade Ambiental, responsável
pela análise do estudo de impacto ambiental
(EIA), irá percorrer toda a região
para fazer um estudo de impacto ambiental.
Segundo o coordenador-geral
de Licenciamento Ambiental, Valter Muchagata,
uma equipe com nove técnicos será
enviada à região. "Eles
analisarão os aspectos ligados a vegetação,
a fauna existente, a interferência das
instalações propostas junto
a questão do patrimônio histórico",
disse Muchagata. "Também serão
realizadas conversas com as lideranças
locais e as famílias para mostrar a
elas como a construção das hidrelétricas
vai impactar positivamente e negativamente
suas vidas."
O coordenador apontou a
situação dos peixes da região
como uma das preocupações. "Há
peixes que hoje existem no rio e que não
se adaptam a água parada. Isso [se
essas espécies forem prejudicadas]
afeta os hábitos alimentares da comunidade,
o comércio de peixes na região.
Por isso, a gente procura monitorar esse tipo
de situação", diz.
Muchagata disse que a parte
mais importante do processo de licenciamento
ambiental são as audiências publicas
realizadas com a população.
"Esse é um momento muito importante
para nós porque é quando a comunidade
local pode se manifestar, fazer suas críticas,
levar suas preocupações. Muitas
das preocupações trazidas à
tona nas audiências não estavam
previstas nos estudos ambientais e eventualmente
são aspectos que a equipe não
conseguiu identificar nas suas vistorias",
comentou. As audiências públicas
devem acontecer no primeiro semestre deste
ano.
As usinas Santo Antônio
e Jirau ficaram de fora do último leilão
de energia, realizado em 16 de dezembro, porque
não tinham licença ambiental.
Por isso, o governo federal montou um grupo
de trabalho para fazer com que ambas entrem
num segundo leilão para construção
de novas hidrelétricas. O grupo reúne
representantes da Casa Civil e do Ministério
de Minas e Energia. O próximo leilão
deve acontecer em maio.