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PRIMEIRA EXPEDIÇÃO BRASILEIRA VAI ÀS ILHAS GEÓRGIAS DO SUL PARA PESQUISA DAS BALEIAS JUBARTE

Panorama Ambiental
Brasília (DF)
Janeiro de 2006

Praia do Forte - (24/01/06) – Pesquisadores do Instituto Baleia Jubarte embarcam no próximo dia 28 para a Ilha Geórgia do Sul, na Antártida, onde realizarão um trabalho inédito sobre as baleias jubarte que ocorrem no Brasil. O objetivo é descobrir a principal área de alimentação destes animais, que migram todos os anos para as águas mornas do litoral da Bahia, para reproduzir e amamentar os filhotes, entre os meses de julho e novembro.

Durante 45 dias, a equipe irá conhecer os hábitos das baleias jubarte (Megaptera novaeangliae) nos locais de alimentação no Mar de Weddell, suas rotas migratórias no Atlântico Sul e sua relação com as áreas de reprodução. Segundo a diretora do Instituto Baleia Jubarte, bióloga Márcia Engel, estudos genéticos demonstraram que a população de jubartes brasileiras não se alimenta próximo à Península Antártida, mas sim próximo ao Mar de Weddell, nas ilhas Geórgia do Sul e Sandwich.

Ela contou que uma fotografia doada ao Instituto Baleia Jubarte pelo fotógrafo Haroldo Pallo Jr., que em 2004 acompanhava uma expedição do velejador Amir Klink, encontrou a primeira jubarte pertencente ao catálogo brasileiro do IBJ nas águas da Geórgia do Sul. Os estudos de telemetria realizados no mesmo ano também acompanharam o deslocamento de uma baleia desde o Arquipélago de Abrolhos até este local, e no ano passado, um pesquisador da British Antartic Survey fotografou uma jubarte identificada no catálogo do IBJ em 2000. O catálogo do Instituto, que conta com cerca de 3 mil indivíduos fotoidentificados, está entre um dos maiores do mundo. A fotoidentificação, ou seja, foto da nadadeira caudal, é a impressão digital de cada baleia.

A expedição é fruto de uma parceria entre o IBJ e o CENPES (Centro de Pesquisas e Desenvolvimento Leopoldo Américo M. de Mello) da Petrobras, que desde 2004 apóia projetos brasileiros de conservação marinha, a fim de buscar alternativas que minimizem os efeitos da atividade petrolífera sobre os cetáceos e quelônios. O Instituto Baleia Jubarte é responsável pela proteção da espécie no Brasil há 17 anos, em parceria com o Ibama.

De acordo com Márcia Engel, é fundamental conhecer os padrões de deslocamento e todos os locais de permanência destas jubartes, para estudar melhor o impacto da atividade humana sobre o ambiente em que vivem. A expedição partirá de Mar Del Plata, na Argentina, no veleiro de aço de 10 metros “Kotic II”, com o experiente velejador Oleg Bely, que realizou mais de 10 expedições bem sucedidas à Geórgia do Sul. Segundo o chefe da expedição Enrico Marcovaldi, tudo será documentado em fotos e vídeos, que posteriormente resultarão em livro e documentário sobre a expedição. “Iremos documentar todo o ecossistema marinho, os peixes antárticos, pingüins, focas, a flora, com seus bancos de algas e o krill, uma espécie de camarão, principal alimento das baleias e de outros animais marinhos”.

Santuário Protegido – Enrico informou que além do levantamento dos mamíferos marinhos e da fauna local, a equipe também fará imagens das ruínas de nove estações baleeiras. A ilha já foi palco de atividades de caça de baleias, onde mais de 20 mil jubartes foram mortas pela caça comercial. “Hoje a ilha é um santuário protegido. Atualmente se reconhece a importância da ilha como testemunha histórica e por seu valor ambiental, como refúgio para aves e mamíferos marinhos.”

De acordo com o chefe da expedição, a equipe de pesquisa coletará informações sobre o comportamento, distribuição, amostras de pele e gordura para estudos genéticos e sobre contaminação química, além de obter imagens exclusivas das jubartes em sua área de alimentação. Enrico destacou que o Mar de Weddell é considerado o pior mar do mundo para se navegar, “mas com a experiência do velejador Oleg Bely e do seu equipamento, o destino vale muito à pena”.

A Geórgia do Sul é um arquipélago que se encontra a 1.280 quilômetros a Sudeste das Ilhas Malvinas. São basicamente 160 quilômetros de comprimento por 32 de largura. Atualmente a ilha tem a proteção de órgãos responsáveis pela conservação da vida marinha, de acordo com o Tratado Antártico. A pesca é controlada para manter o equilíbrio de espécies de animais que correm perigo de serem extintos.

A diretora do IBJ ressaltou que os resultados da expedição irão contribuir para reforçar estratégias de conservação de grandes cetáceos, como a proposta de criação do Santuário de Baleias do Atlântico Sul, do governo brasileiro e apoiado por instituições nacionais e internacionais.

Além do chefe da expedição, Enrico Marcovaldi, fotógrafo e cinegrafista, estarão à bordo do Kotic II os biólogos do Instituto Baleia Jubarte Luíza Pacheco, Clarencio Baracho, Sérgio Cipolotti e Marcos Rossi, e a tripulação composta pelos franceses Oleg Bely, sua esposa Sophie e o filho Igor. O retorno da equipe ao Brasil está previsto para o dia 15 de março.

 
 

Fonte: Ibama – Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (www.ibama.gov.br)
Ascom (Lara Preussler)

 
 
 
 
 
 

 

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