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TRADE TURÍSTICO APÓIA MORATÓRIA À PESCA PROFISSIONAL

Panorama Ambiental
Campo Grande (MS) – Brasil
Janeiro de 2006

24/01/2006 - Reunidos em Corumbá, durante o 1º Fórum de Turismo de Pesca do Pantanal, realizado nos dias 16 e 17 de dezembro, cerca de 100 empresários de Mato Grosso do Sul, Mato Grosso e da província do Alto Paraguai (Paraguai), referendaram apoio à proposta de moratória à pesca profissional e garantiram participação ativa nas políticas públicas necessárias à absorção da mão-de-obra dos pescadores em atividades ligadas ao turismo.

As decisões tomadas no evento compõem um documento que foi divulgado ontem, com o título de “Carta do 1° Fórum de Turismo de Pesca do Pantanal”. O documento é assinado pelo presidente da Associação Corumbaense de Empresas de Turismo, Luís Antônio Martins, e elenca 33 metas, sugestões e posicionamentos da categoria, entre as quais o apoio à moratória à pesca profissional.

Na opinião do superintendente de Pesca da Sema (Secretaria de Meio Ambiente e Recursos Hídricos), Thomaz Lipparelli, a sinalização dos empresários reafirma a viabilidade e urgência da medida e se concretiza em importante adesão à proposta de moratória. Lipparelli salienta que a medida se faz necessária devido ao rápido esgotamento dos recursos pesqueiros, que condena os pescadores profissionais a uma vida miserável e ameaça o equilíbrio de toda a vida aquática.

Veja na íntegra a Carta do 1º Fórum de Turismo de Pesca do Pantanal.

CARTA DO 1º FÓRUM DE TURISMO DE PESCA DO PANTANAL

A Associação Corumbaense das Empresas de Turismo (ACERT) promoveu o 1º Fórum de Turismo de Pesca do Pantanal nos dias 16 e 17 de dezembro de 2005, com o intuito de fortalecer um elo e buscar um modelo de gestão participativa entre o poder público, organizações não governamentais, as empresas privadas e a comunidade.

O Fórum foi um momento de reflexão e de busca de alternativas para o desenvolvimento da atividade do turismo de pesca de acordo com legislações vigentes e, também, teve o intuito de traçar um cenário futuro para a mesma.

O maior objetivo deste Fórum foi integrar todos os segmentos envolvidos e para isso foram proferidas várias palestras ministradas por representantes de órgãos públicos e instituições que têm como foco principal de suas atividades o contexto: pantanal, turismo e pesca. Essas palestras foram cruciais, pois a partir de várias discussões foi possível a elaboração deste documento – que tem a pretensão de requerer em caráter de urgência uma política pública mais participativa para o Turismo de Pesca e que a mesma seja de forma adaptável às características e às dimensões da região pantanal.

Durante o evento ficou evidente que o Turismo de Pesca no estado de Mato Grosso do Sul é uma atividade considerada potencializadora, porém é preciso um planejamento de longo prazo, baseado em informações e não apenas em dados e que estes, por sua vez, sejam discutidos entre os envolvidos para então serem considerados como fatos relevantes para a atividade (fatos esses tanto de caráter positivo e/ou negativo, o importante é rever as práticas da referida atividade na região sem esquecer que a mesma é responsável por uma parcela significativa na geração de emprego e renda nos municípios envolvidos com a atividade).

Nesse contexto, a política pública participativa que estamos pleiteando se baseia no programa de governo (IBAMA-PNDPA) já existente, porém o que queremos é que ele passe a ser adaptável à região e as suas peculiaridades, bem como possibilite a nossa inserção no processo de definição das ações que direta ou indiretamente repercutem no desenvolvimento da atividade do turismo de pesca.

Os segmentos envolvidos nesse processo procuraram durante o Fórum discutir ações capazes de alavancar a atividade e, para tanto, destacamos os principais pontos dessa discussão que se configuram como principais pretensões:

1. Apoiar o Programa do IBAMA (PNDPA) para a atividade, porém, queremos uma revisão no mesmo para que possibilite uma adaptação do referido programa a nossa região (que possui particularidades que a torna diferente de outras regiões);

2. Apoiar a suspensão da Pesca Profissional e propor a absorção dos pescadores profissionais no setor turístico como uma alternativa;
3. Incentivar a regulamentação da Profissão de Catadores de Isca;

4. Criar um mecanismo que possibilite a garantia dessa nova profissão – catadores de isca – no mercado regional;

5. Desenvolver uma política pública capaz de fomentar o desenvolvimento da piscicultura visando o abastecimento local com absorção dos profissionais – catadores de iscas;

6. Criar mecanismos para a comercialização das iscas apenas dentro do estado, proibindo dessa forma a comercialização fora do estado, bem como a entrada do produto oriundo de outros;

7. Regulamentar a Profissão de Guia de Pesca;

8. Incentivar a pesca artesanal que utilize a canoa como principal ferramenta de trabalho;

9. Incentivar a pesca artesanal para o abastecimento do mercado local;

10. Criar novas alternativas de utilização do próprio pescado, principalmente aqueles que não são de fácil comercialização;

11. Definir normas duráveis pelo menos por um período de três anos para a atividade da Pesca Esportiva;

12. Definir essas normas com a participação dos segmentos e com prazo de antecedência de pelo menos seis meses antes da vigência das mesmas;

13. Viabilizar um estudo para redução do período de defeso;

14. Desenvolver a modalidade “Pesque Solte” no período de defeso compreendido nos meses de novembro a fevereiro, haja vista que no mês de fevereiro já se encontra na modalidade dita acima;

15. Ter o “Pesque Solte” para algumas espécies como o principal produto a partir de 2007 com base em estudos;

16. Buscar a integração e a unificação de leis, normas e regulamentos entre todos os estados limítrofes e países limítrofes a nossa região, com o intuito de promover a atividade sem impasses que venham a prejudicar algum dos envolvidos;

17. Viabilizar um estudo sobre a população de jacaré na região do pantanal a fim de se verificar se realmente existe uma relação na redução de algumas espécies de seu consumo, uma vez que o mesmo possui poucos predadores naturais;

18. Proibir e intensificar a fiscalização da entrada de peixe oriundo de outras divisas de países limítrofes (Argentina, Paraguai e Bolívia) provenientes da pesca esportiva;

19. Promover um estudo sobre a capacidade de carga da região, a fim de nos apresentar soluções e não ser apenas dados que geram mais problemas;

20. Fortalecimento da imagem “Pantanal” como Destino de Pesca, através de um plano de marketing agressivo tendo como parceiros os estados de Mato Grosso do Sul e Mato Grosso e o Ministério do Turismo;

21. Ter um plano de marketing interno para as cidades que têm a atividade como uma das responsáveis pela geração de emprego e renda;

22. Promover a profissionalização de todos os usuários envolvidos na atividade;

23. Desenvolver um modelo de gestão participativa e competitiva que seja capaz de gerar alternativas econômicas viáveis, socialmente justas e sustentáveis, assim promovendo o desenvolvimento local;

24. Elaborar e implementar o Código de Conduta da Pesca Esportiva Sustentável no Pantanal;

25. Instituir o Selo Verde Empresarial;

26. Buscar parcerias para o desenvolvimento de pesquisas capazes de nos trazerem soluções para a utilização do recurso pesqueiro na região;

27. Fomentar a pesquisa e a difusão de informações científicas e tecnológicas para a atividade de pesca esportiva;

28. Pleitear as pesquisas que nos auxiliem a ter e a manter a qualidade da água no pantanal;

29. Auxiliar na coibição do uso de tarrafas e de outros equipamentos utilizados na pesca profissional, os quais já foram proibidos, porém contam com alguns adeptos para o retorno do uso desse material que trará mudanças substanciais para a região de forma negativa;

30. Divulgar e implementar o Fórum Permanente do Turismo de Pesca do Pantanal;

31. Revisar a área de entorno do Parque Nacional do Pantanal para a atividade do Pesque Solte;

32. Pleitear por um incentivo fiscal para os empreendimentos que atuam no setor;

33. Solicitar revisão no Decreto nº 2.302, de 14 de agosto de 1997 que concede subvenção econômica ao preço do combustível consumido por embarcações, com intuito de que esse possa ser extensivo as embarcações para o Turismo de Pesca;

O que apresentamos acima são os pontos que consideramos de suma importância e de caráter urgentíssimo para o desenvolvimento da nossa atividade. Ressaltamos que eles são capazes de promover uma política pública que possibilite uma melhor organização da atividade de pesca na região, visando a melhoria da qualidade do produto e uma maior integração da pesca com outras atividades produtivas e com o gerenciamento dos recursos pesqueiros e hídricos.

Portanto, esperamos poder continuar contando com o apoio de todos os segmentos que direta ou indiretamente podem definir ações que repercutem no desenvolvimento dessa atividade: O Turismo de Pesca no Pantanal.

Luís Antônio Martins
Presidente da Associação Corumbaense das Empresas de Turismo
Gestão 2006

 
 

Fonte: Secretaria Estadual de Meio Ambiente do Mato Grosso do Sul (www.sema.ms.gov.br)
Assessoria de imprensa (João Prestes)

 
 
 
 
 
 

 

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