(25/01/06)
– O Parque Nacional da Serra da Bodoquena
regularizou parte de sua área com dinheiro
de compensação ambiental cobrada
pelo Ibama da Usina Termelétrica de
Três Lagoas. A Petrobras, responsável
pela obra, pagou R$ 2,2 milhões a Janete
Morais, proprietária de uma fazenda
de 3.720 hectares incorporados ao patrimônio
do parque.
O contrato de compra e venda
foi assinado ontem, na sede do Ibama, pelo
gerente executivo de Operações
e Participações de Gás
e Energia da Petrobras, José Maria
Carvalho Resende, a proprietária Janete
Morais, na presença do diretor de Ecossistemas,
Valmir Ortega.
“A aquisição
desta área indica, de um lado, o esforço
do Ibama em consolidar esta unidade de conservação
e, do outro, a postura dos proprietários
rurais em colaborar com o processo de regularização
fundiária”, disse Ortega.
Após a assinatura
do contrato, o gerente da Petrobras comentou
ser justo compensar financeiramente o impacto
ambiental causado por um empreendimento. Argumentou,
entretanto, que a fixação do
valor gera grande discussão. Segundo
ele, a empresa gostaria de ter valores menores
porque já adota tecnologias modernas
e reduz emissão de poluentes para que
a obra tenha “o menor impacto ambiental possível”.
“O Ibama leva isto em consideração”,
reconhece.
Contrapartida - Para conceder
a licença de construção
da termelétrica, o Ibama estipulou
R$ 7,5 milhões a título de compensação
ambiental pelos impactos causados diretamente
na cidade de Três Lagoas e no entorno.
O Ibama decidiu destinar
metade deste valor de compensação
para Três Lagoas instalar uma unidade
de conservação municipal. A
outra metade, que coube ao instituto, será
integralmente usada na regularização
fundiária do parque nacional.
A exemplo do contrato assinado
ontem, o instituto negocia com outros proprietários
a compra de mais terras particulares situadas
na área do parque que tem uma paisagem
belíssima e abriga espécies
como o gavião Harpia, considerado um
indicador de qualidade ambiental pois é
do topo da cadeia alimentar.