(31/01/06)-
Dados no Relatório final da Operação
contra o desmatamento no sul do Pará
produzido pelo Ibama, através da Gerências
de Belém e Marabá, revelaram
que as multas aplicadas no período
de julho a setembro de 2005, atingiram mais
de 144 milhões de reais. Foram lavrados
mais de 110 Autos de Infração
(AI) e embargados cerca de 100 mil hectares
de áreas com ilícitos ambientais.
O deputado federal do Tocantins Amarildo Martins
da Silva, foi multado em mais de meio milhão
de reais por desmatar 350 hectsares de floresta
nativa na Amazônia Legal. No local da
infração foram apreendidas armas
e motosserras, pelos agentes do órgão.
Marcílio Monteiro, gerente executivo
do Ibama no Pará, disse que a operação
no sul do Pará com ênfase na
Terra do Meio resultou numa redução
efetiva nos índices de desmatamento
na região. Municípios como São
Felix e Altamira tiveram redução
em até 80% de desmatamento na cobertura
vegetal.
O volume de 20 mil metros
cúbicos de carvão vegetal apreendidos
na operação demonstra que cerca
de 80% do carvão vegetal que abastecem
os pólos siderúrgicos do Pará
e Maranhão (12 guseiras) foram oriundos
de floresta nativa com produção,
transporte e consumo irregular. Outro alvo
prioritário da fiscalização
foi o corte ilegal da castanheira (Bertholetia
excelsa) na região. O abate da espécie
está proibido desde 1994, mas os madeireiros
no sul do Pará continuam abastecendo
de castanheira as regiões nordeste,
sudeste e até países, como o
Chile e Paraguai. Além de servir para
a construção civil a castanheira
está virando carvão vegetal
para as siderúrgicas.
O confisco de 110 caminhões
- dois quilômetros em fila indiana -
por transporte ilegal de madeira tora/serrada
e carvão vegetal é considerada
a maior apreensão de veículos
na história de operações
do órgão. Durante a ação
foram aplicadas as três maiores multas
lavradas na região da Terra do Meio,
que somadas chegam a mais de 16 milhões
de reais.
A primeira no valor de dez
milhões duzentos e setenta e oito mil
reais contra o pecuarista José Dias
Pereira, por desmatar ilegalmente 6.852 hectares
de floresta nativa. O infrator foi preso pela
justiça no Pará. O desmatamento
corresponde a mais seis mil campos de futebol
e cerca de dois milhões de árvores
abatidas.
A segunda no valor de quatro
milhões duzentos e trinta e três
mil reais contra o ex-deputado do Tocantins
Onofre Marques de Melo por destruir a corte
raso 2.882 mil hectares de floresta nativa
na Amazônia Legal.
A terceira no valor de dois
milhões noventa e oito mil novecentos
e trinta e nove reais e cinqüenta centavos
conta o madeireiro Ronaldo Malta Landares,
por destruir 1.399,293 hectares a corte raso
de floresta nativa na Amazônia Legal.
Todas as multas foram lavradas no município
de Altamira.
APREENSÕES
- Na operação realizada pelo
Ibama, Exército e a Polícia
Militar nos rios Xingu, Iriri, Triunfo e Pontal
e localidades de Caboclo, Central e Canopus
na Terra do Meio, as apreensões totalizaram:
110 caminhões, 02 aviões agrícolas,75
mil metros cúbicos de madeira tora/serrada,
20 mil metros cúbicos de carvão
vegetal, 15 tratores, 200 (aves) exemplares
da fauna silvestre, 1000 litros de óleo
diesel, 800 litros de gasolina, 08 armas de
diversos calibres, 20 motosserras, 04 toneladas
de sementes de capim. Os embargos foram: mais
de 100 mil hectares de áreas com ilícitos
ambientais, 20 serrarias e 70 fornos para
produção de carvão vegetal.
ARCO -
A operação Terra do Meio de
combate a crimes ambientais realizada entre
os municípios de Altamira e São
Felix do Xingu - dois dos maiores municípios
do mundo - na região conhecida como
Terra do Meio, movimentou mais de cem homens
entre agentes do Ibama, militares do Ministério
do Exército e soldados da Policia Militar
de Marabá com uso de helicópteros
no combate a crimes ambientais como queimadas,
desmatamentos e agressões a fauna silvestre
na região. As regiões do sul
e sudoeste do Pará estão na
faixa dos cerca de três mil quilômetros
de extensão no chamado Arco do Desflorestamento
que vai do nordeste do Pará até
o leste do Acre.