30/01/2006 - A integração
do Rio São Francisco não recebeu
destaque no Plano Nacional de Recursos Hídricos,
aprovado hoje (30) por unanimidade pelo Conselho
Nacional de Recursos Hídricos, afirma
o diretor de Planejamento e Estruturação
da secretaria de Recursos Hídricos
do ministério do Meio Ambiente, Marley
Caetano de Mendonça. "O plano
não trata [o assunto] diretamente,
apenas de forma superficial", disse Mendonça
em entrevista à Agência Brasil.
O plano é composto
por 30 programas que cuidarão de questões
específicas da água até
2020. Temas como a água subterrânea,
a despoluição dos recursos hídricos
e as áreas especiais – como Amazônia,
Pantanal e o semi-árido –, vão
receber programas específicos.
A integração
do São Francisco é um item dentro
do programa para o semi-árido. "O
plano considera um conjunto de ações,
entre elas está a integração",
explica o diretor. O tratamento direto do
projeto de integração será
feito pelo Plano da Bacia do rio São
Francisco. Cada bacia hidrográfica
terá o seu plano.
Assim, a questão
da água no Brasil será tratada
em três níveis: no plano Nacional,
nos planos estaduais e nos planos de bacia.
"Cada um tem a sua margem de tratamento",
diz Mendonça. "O plano nacional
tem um caráter mais geral, assim como
os estaduais. Os planos de bacia vão
tratar de questões operacionais, como
as prioridades para a distribuição
da água, as obras de melhoria da água.
Podemos dizer que os três são
complementares."
Outra questão a ser
tratada pelos planos de bacia é o abastecimento
de água. "Uma característica
muito forte e ruim no Brasil é que
as águas próximas dos grandes
centros populacionais estão em uma
situação muito ruim, de degradação
muito forte", diz o diretor. Assim, destaca,
há dois problemas que precisam ser
trabalhados nas metrópoles: a qualidade
e a quantidade.