O coordenador
geral de Fiscalização do Ibama,
Arty Fleck, afirmou ontem (31/01), em Fortaleza,
que o programa do Governo Federal, de revitalização
do Rio São Francisco, exige do Ibama
que o órgão integre suas ações
de fiscalização nos seis estados
de abrangência da Bacia (Bahia, Minas
Gerais, Goiás, Pernambuco, Alagoas,
Sergipe e mais o Distrito Federal). “Será
quase impossível conseguir vencer os
crimes ambientais nesta região, se
cada estado atuar só”, afirmou Fleck,
durante a abertura do Seminário Interno
da Bacia do São Francisco, que começou
hoje e termina amanhã, na gerência
executiva do Ibama na capital cearense. “A
soma de esforços humanos, logísticos
e operacionais será decisiva, como
tem sido, por exemplo, a atuação
conjunta dos estados do Paraná e de
Santa Catarina no combate ao desmatamento
da floresta de Araucária, sob ameaça
de extinção”, disse o coordenador.
O Seminário é
o primeiro de uma série de eventos
semelhantes. A idéia é debater
aos limites o tema e, no final, num evento
nacional, definir um modelo de atuação
que agregue esforços não apenas
do Ibama, mas de parceiros das administrações
públicas federal, estadual e municipal,
em benefício da bacia. Hoje, o Ibama
já conta com a colaboração
das Forças Armadas, das Polícias
Militares Estaduais, da Polícia Rodoviária
Federal, dos Órgãos Estaduais
do Meio Ambiente (Oemas). Mas deseja ampliar
a lista de apoios e de recursos. Mesmo porque
o Rio São Francisco, cuja nascente
fica na Serra da Canastra, em Minas Gerais,
tem 2.700 km de extensão e ocupa uma
área de 640 mil quilômetros quadrados
ou 64 milhões de hectares. “Por seu
tamanho e topografia, região do São
Francisco é assolada por todos os tipos
de crime, do desmatamento, à pesca
irregular no período de defeso. Daí
a necessidade de uma fiscalização
integrada”, insistiu Fleck.
Prioridade
- O coordenador do Plano de Revitalização
do Rio São Francisco, Maurício
Laxe, do Ministério do Meio Ambiente
(MMA), afirmou em sua palestra, ainda na abertura
do evento, que a fiscalização
é uma das instâncias essenciais
do Plano e que a partir de agora a Bacia do
São Francisco é, juntamente
com a Amazônia, prioridade máxima
do MMA, no enfrentamento dos crimes ambientais
em 2006.
Na seqüência,
os cerca de 100 participantes do evento assistiram
a palestras que mostraram o cenário
da atuação do Ibama na região
do São Francisco. Virgínia Muzell,
do MMA, falou sobre a situação
da comissão tripartite nos estados
que compõem a Bacia; ainda do MMA,
Adalcira Bezerra falou sobre projetos de educação
ambiental; Gisela Forattini, da Agência
Nacional de Águas (ANA), falou sobre
ações da superintendência
de fiscalização; Hiram Pereira,
da Diretoria de Fauna e Recursos Pesqueiros
(Difap/Ibama), falou sobre estatística
de desembarque pesqueiro; também da
Difap, Wagner Ficher, abordou conservação
e manejo de fauna. Jaime França, da
Diretoria de Florestas, (Diref/Ibama), tratou
da recuperação de florestas.
Juliana Simões, da Diretoria de Proteção
Ambiental (Dipro/Ibama) mostrou o Programa
Agentes Ambientais Voluntários. Já
Vivian Gladys, da Dipro, apresentou o curso
Fiscal-educador-instrutor do Programa de Formação
de Fiscais Ambientais (Proffa). Por fim, Sandra
Tavares, da Dipro, registrou a situação
atual da fiscalização. No final
do dia, os organizadores do evento deram início
à oficina que resultará no planejamento
das ações integradas.