02/06/2006
- A maior parte dos animais recolhidos ao
Núcleo de Fauna Silvestre do Instituto
Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos
Naturais Renováveis (Ibama) no Amazonas
em 2005 eram répteis, principalmente
quelônios (tartarugas e tracajás)
e jacarés, cuja carne é muito
apreciada na região.
A informação
ajuda a desfazer a crença de que colecionadores
nacionais e internacionais são os vilões
na caça aos chamados animais exóticos
da Amazônia, mas pode reforçar
a idéia de que o Ibama atrapalha hábitos
alimentares que fazem parte da cultura do
caboclo da região. "A gente não
apreende um tracajá que vai saciar
a fome do ribeirinho, porque a lei ambiental
garante a ele o direito de retirar seu sustento
da natureza", disse o responsável
pelo núcleo, João Duarte.
"O que não pode
é transportar ou comercializar a carne
desses animais sem permissão",
esclareceu Duarte. Segundo ele, os únicos
animais silvestres que podem ser vendidos
são os que provêm de cativeiros
autorizados pelo Ibama.
Dos 830 animais silvestres
apreendidos, resgatados ou entregues espontaneamente
ao Ibama no Amazonas, no ano passado, 629
eram répteis, 127 eram mamíferos
e 74 eram aves. Em 2004, foram recolhidos
1.143 animais silvestres. "Campanhas
como Não Tire as Penas da Vida [de
conscientização para que os
turistas e moradores da Amazônia não
comprem artesanato com penas de aves da floresta]
ajudam a explicar a diminuição",
afirmou Duarte.
De acordo com Duarte, é
preciso destacar que esse número deve
crescer, porque faltam dados de alguns escritórios
do Ibama no interior - além da gerência
na capital, o instituto tem 15 escritórios
no Amazonas.
Mais da metade dos animais
recolhidos (456) já foi devolvida à
floresta. Uma parte significativa (236) está
em criadouros destinados à pesquisa
científica. "Sete foram para o
zoológico e o restante está
em cativeiros autorizados pelo Ibama",
detalhou Duarte.