06/02/2006
– Os Estados Unidos concordam com a posição
do Ministério da Agricultura do Brasil
sobre a identificação de carregamentos
internacionais de alimentos geneticamente
modificados, os chamados transgênicos.
O ministério defende que a expressão
"Pode conter OVM" (organismos vivos
modificados) esteja nesses carregamentos.
A informação
foi dada hoje (6) pelo coordenador de Biossegurança
do Ministério da Agricultura, Marcus
Vinicius Coelho, que participa da reunião
do Comitê Consultivo Agrícola
Brasil-EUA. A expressão "Pode
conter OVM" é preferível
para o ministério em relação
à outra, "Contém OVM",
porque evita que sejam implementados caros
processos de detecção e rastreabilidade
nas colheitas, o que aumentaria o preço
dos produtos brasileiros no mercado internacional.
O Ministério do Meio Ambiente defende
a expressão "Contém OVM".
O gerente de Recursos Genéticos do
Ministério do Meio Ambiente, Rubens
Nodari, diz que é preferível
"uma informação mais detalhada,
por conta da biossegurança".
Técnicos dos países
estão reunidos no Ministério
da Agricultura, em Brasília, trocando
informações sobre o Protocolo
de Cartagena. Trata-se de um tratado ambiental,
em vigor desde setembro de 2003, que tem o
objetivo de evitar danos ambientais no trânsito
e comércio de transgênicos. Mesmo
não tendo ratificado o documento, explicou
Marcus Vinicius, os Estados Unidos estão
preocupados com os efeitos do protocolo sobre
o comércio global de produtos agropecuários.
Outro grupo do comitê
discute aspectos relacionados ao Codex Alimentarius.
O fórum consiste num ponto de referência
para o comércio internacional de alimentos.
Segundo o fiscal federal agropecuário
do Ministério da Agricultura, Rogério
Pereira da Silva, foi colocado em debate a
realização de vídeo-conferências
entre Brasil, Estados Unidos e a União
Européia. Isso, segundo ele, facilitaria
o entendimento entre os blocos e daria mais
agilidade nas decisões.
Rogério da Silva
acrescentou que o Brasil pediu apoio norte-americano
para se tornar sede do Comitê de Aditivos
e Contaminantes, hoje sediado na Holanda.
"Não existe comitê do Codex
em países em desenvolvimento. O Brasil
tem interesse em coordenar o comitê
sobre Contaminantes de Alimentos pela grande
importância que representa no estabelecimento
de limites de agrotóxicos, os quais
possuem um grande impacto no comércio
mundial de alimentos", destacou.