10/02/2006
- Os mangues são ecossistemas presentes
em todo o litoral brasileiro: da Amazônia
a Santa Catarina. Além de importantes
para a cadeia alimentar dos oceanos, são
fundamentais para as populações
que vivem da pesca. Para preservar e incentivar
a pesquisa científica sobre a vegetação
desses sistemas, o Ministério do Meio
Ambiente lançou hoje (10) o Projeto
GEF Mangue.
Os investimentos chegam
a US$ 15 milhões, dos quais US$ 5 milhões
doados pelo Fundo para o Meio Ambiente Mundial
(GEF) por meio do Programa das Nações
Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) e US$
10 milhões do Ministério do
Meio Ambiente, do Instituto Brasileiro de
Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis
(Ibama), do Ministério de Ciência
e Tecnologia e de universidades que têm
projetos de preservação de mangues
em todo o país. O projeto terá
a duração de até cinco
anos e prevê a continuidade das ações
depois desse período.
"Preservar o mangue
é uma atividade fundamental do ponto
de vista ambiental, social e econômico.
É um ambiente extremamente rico, de
altíssima produtividade biológica
e, ao mesmo tempo, fornece nutrientes e abrigos
para espécies marinhas que passam no
mangue um período de sua fase juvenil.
Esse projeto visa promover, pela primeira
vez, um investimento grande nesse ecossistema
e busca integrar esforços na preservação",
disse o secretário de Biodiversidade
e Florestas do ministério do Meio Ambiente,
João Paulo Capobianco.
Um dos focos do programa
será a preservação dos
mangues do Maranhão, o estado com maior
concentração de mangue no país
e uma das maiores do mundo. A expectativa
é que a partir de julho os recursos
comecem a ser empregados efetivamente nos
projetos de preservação dos
ecossistemas e que os mangues – principal
fornecedor de recursos que garantem a subsistência
de milhares de pessoas – sejam protegidos.
"Milhares de comunidades
litorâneas no Brasil vivem diretamente
do uso de recursos naturais dos manguezais,
como o caranguejo, vários tipos de
peixe e camarão. É um ambiente
muito produtivo que fornece subsistência
para milhares de família e que o projeto
visa preservar", disse Capobianco.
O secretário do ministério
do Meio Ambiente afirmou que será feito
um diagnóstico da situação
dos mangues, já que várias áreas
foram degradadas, aterradas e eliminadas para
o uso da madeira. "Vamos olhar a situação
real em todo o país, onde são
as áreas críticas para gerar
políticas públicas, implantar
unidades de conservação em áreas
críticas, promover pesquisas científicas
que ajudem a definir prioridades que nos permitam
conhecer melhor alguns aspectos da biologia
e da ecologia dos manguezais", disse.