14/02/2006
- Exoneração do coordenador
regional da Funasa e mudanças no convênio
para atendimento à saúde são
reivindicados
Na manhã de hoje,
14 de fevereiro, a Ferrovia Carajás
voltou a ser interditada pelos povos indígenas
do Maranhão, que mantêm a reivindicação
de exoneração do coordenador
da regional da Fundação Nacional
do Índio (Funasa), Zenildo Oliveira.
Mais de 400 lideranças indígenas,
de quase todos os povos que vivem no Estado,
estão no local do bloqueio, entre os
povoados de Poeira e Três Bocas, no
município de Alto Alegre do Pindaré.
De acordo com a assessoria
de imprensa da Funasa, ontem, dia 13, as medidas
para a exoneração de Oliveira
estavam sendo tomadas e já teriam sido
encaminhadas à Casa Civil. Os indígenas,
no entanto, mantêm a pressão
por saberem da força política
que o coordenador regional ainda tem, por
ser ligado a José Sarney e ao PMDB
no Maranhão.
Entre as críticas
ao coordenador, estão o fato de sua
gestão ter desrespeitado as definições
do Conselho Distrital de Saúde Indígena
e os desencontros entre as solicitações
dos povos e as decisões sobre a execução
do atendimento à saúde indígena
no Maranhão. A falta de técnicos,
medicamentos, assessórios e do não
deslocamento dos doentes mais graves para
hospitais têm caracterizado o atendimento
oferecido pela Funasa aos povos indígenas
no estado.
Desde o início das
mobilizações, os indígenas
conseguiram que fossem atendidas as reivindicações
de autonomia política e financeira
do Distrito Sanitário de Saúde
Indígena (DSEI) em relação
à Funasa. Obtiveram também a
garantia da não transferência
do Pólo Distrital de Saúde Indígena
de São Luís para Teresina/PI,
que havia sido proposta pela coordenação
regional do órgão.
Entre as solicitações
que seguem pendentes, estão a Anulação
da III Conferencia Distrital de Saúde
Indígena, que foi realizada em São
Luis, e a realização de uma
nova Conferência.