13/02/2006
– O próximo julgamento dos acusados
de terem assassinado a missionária
norte-americana Dorothy Stang deve ocorrer
em dois meses. Em dezembro de 2005, o assassino
confesso, Rayfran das Neves, foi condenado
a 27 anos de prisão e outro envolvido,
Clodoaldo Batista, a 18 anos de prisão.
Os outros três acusados
de participação no crime estão
presos. Em abril, deverá ser julgado
o intermediário da execução,
Amair Feijoli da Cunha, conhecido como Tato.
A demora do julgamento se deve ao deslocamento
do processo da comarca de Pacajá para
Belém. "Estamos aguardando este
deslocamento para levar o intermediário
a júri", explica o promotor da
Justiça do estado do Pará, Lauro
Freitas.
Os julgamentos mais esperados,
dos mandantes do crime, deverão ser
realizados ainda neste semestre. Os fazendeiros
Vitalmiro Bastos de Moura, o Bida, e Regivaldo
Galvão aguardam o julgamento na cadeia.
O processo dos dois encontra-se no Tribunal
de Justiça do estado do Pará
aguardando o julgamento de recursos para serem
levados ao júri.
Ontem (12), a organização
ambientalista Greenpeace e as comunidades
locais fizeram em Anapu e em outros municípios
do Pará uma série de protestos
para lembrar um ano do assassinato e a luta
da missionária. No dia 12 de fevereiro
de 2005, Dorothy foi assassinada com seis
tiros a 40 quilômetros de Anapu, no
oeste do Pará. A freira realizava há
20 anos trabalhos sociais naquela região,
onde predominam conflitos de terra envolvendo
trabalhadores rurais, grileiros e fazendeiros.
Durante todo o dia, ativistas
e representantes de organizações
ambientalistas e de defesa dos direitos humanos
cobraram do governo brasileiro a criação
e implementação de unidades
de conservação como forma de
frear o avanço da grilagem e do desmatamento
no Pará e na própria Amazônia.