17/02/2006 - O Brasil é
hoje líder mundial em recolhimento
e destinação final de embalagens
vazias de agrotóxicos. O trabalho
desenvolvido pelo país nessa área
foi enaltecido durante seminário internacional
sobre defensivos agrícolas realizado
na primeira quinzena deste mês no Texas
(EUA), revelou o engenheiro-agrônomo
João César Rando, presidente
do Instituto Nacional de Processamento de
Embalagens Vazias (inpEV). No ano passado,
17.881 toneladas de embalagens foram retiradas
do meio ambiente, representando um aumento
de 28% em relação a 2004, segundo
dados da entidade.
De todo volume recolhido,
as embalagens primárias - plásticos
rígidos, metálicas e flexíveis
representaram 67%. Já os recipientes
secundários (embalagens de papelão
que acondicionam as primárias) significaram
33% do total. Cerca de 90% do material é
retirado do ambiente nos principais estados
produtores agrícolas, como Paraná,
Mato Grosso, São Paulo, Goiás,
Rio Grande do Sul, Minas Gerais, Bahia, Mato
Grosso do Sul e Santa Catarina. O país
tem 350 unidades de recebimento de embalagens
em 23 estados.
O Brasil recolhe mais recipientes
de agrotóxicos do que os 30 maiores
países do planeta juntos, enfatizou
Rando. Lançado em 2002, o Programa
de Destinação Final de Embalagens
Vazias de Agrotóxicos é desenvolvido
pelo inpEV em parceria com o Ministério
da Agricultura, Pecuária e Abastecimento
(Mapa). O presidente da entidade atribui o
êxito do projeto à legislação
sobre o tema. A nossa lei distribui a responsabilidade
entre os quatro atores envolvidos na questão:
produtores, revendedores e cooperativas, fabricantes
e governos.
Rando assinalou também
a importância das campanhas de conscientização
dos produtores sobre a necessidade de retirar
as embalagens de agrotóxicos do meio
ambiente. É essencial que os agricultores
lavem as embalagens e as devolva nos estabelecimentos
onde compraram o produto. É igualmente
fundamental que os comerciantes encaminhem
esse material à indústria para
posterior reciclagem ou incineração.
Em 2005, o país
comercializou 29 mil toneladas de embalagens
de agrotóxicos. As 17.881 toneladas
de recipientes vazios de agroquímicos
recolhidas no ano passado representaram 62%
desse total, de acordo com as estatísticas
do inpEV.