23/02/2006
– A aprovação do zoneamento
ecológico-econômico (ZEE) de
Rondônia pelo Conselho Nacional do Meio
Ambiente (Conama), ontem (22), foi comemorada
pelo governo estadual e pelo setor madeireiro,
e ambientalistas apontaram algumas ressalvas.
Cerca de 90 mil proprietários rurais
que desmataram mais do que lei permite poderão
regularizar sua situação, desde
que se comprometam a reflorestar em 30 anos
metade de seus terrenos. Antes, eles seriam
obrigados a fazer a recuperação
ambiental de 80% de suas propriedades.
"Uma nova fase na história
de Rondônia está começando,
com regras claras, definidas, do que pode
ou não ser feito", declarou o
secretário estadual de Desenvolvimento
Ambiental, Augustinho Pastore. De acordo com
ele, a discussão do zoneamento no estado
vinha se arrastando há 12 anos.
"Essa aprovação
é uma coisa boa para o produtor rural,
para o pecuarista. Agora teremos possibilidade
de agilizar as questões relativas aos
planos de manejo", avaliou o presidente
da Associação de Extratores
de Tora e Indústria Madeireira de Rondônia
(Atimer), José Pinheiro.
"Algumas cooperativas
que já estão dentro da área
de desmatamento vão poder dar seqüência
às suas ações. As pessoas
que realmente trabalham no campo, na agricultura,
terão mais liberdade", opinou
o presidente da organização
não-governamental (ONG) ambientalista
Rio Terra, que faz parte da Rede Grupo de
Trabalho Amazônico (Rede GTA), Alexis
Bastos. "Mas eu vejo essa aprovação
com um pouco de temor. Que mecanismos o governo
vai ter para garantir que o reflorestamento
realmente aconteça?"