22/02/2006
– Representantes da sociedade civil promovem
hoje (22) várias atividades para marcar
um ano de morte do ecologista Dionísio
Júlio Ribeiro, assassinado na Reserva
Biológica de Tinguá, onde atuava
em trabalhos de fiscalização
e educação ambiental.
A programação
inclui plantio de mudas de espécies,
como pau–brasil e ipê roxo, na Praça
do Tinguá, no município de Nova
Iguaçu, na Baixada Fluminense, almoço
comunitário na Cooperativa de Moradoras
da Comunidade da Biquinha, localidade da região,
e missa no final da tarde na igreja da região.
Seu Júlio, como era
conhecido, foi policial militar reformado
e um dos diretores da organização
não governamental Grupo de Defesa da
Natureza (GDN). Combatia ações
ilegais na unidade, como extrativismo e a
caça predatória. O ecologista
foi assassinado quando retornava de uma reunião
com a Associação de Moradores
e Amigos do Tinguá. O acusado pelo
crime será julgado amanhã (23)
e nega a autoria do assassinato, depois de
ter assumido a culpa quando foi preso.
O membro-titular do Comitê
da Bacia Hidrográfica do Rio Guandu,
Sérgio Ricardo, disse que os ativistas
estão de luto porque a reserva não
recebeu, até agora, nenhum investimento,
conforme o prometido por autoridades na ocasião
da morte do ativista. Segundo ele, o único
carro de fiscalização da reserva
quebrou ontem (21), durante uma operação.
"As iniciativas que
estão ocorrendo estão vindo
da sociedade. São projetos de criação
de tanques de peixes, floricultura, construção
de um restaurante – escola para formação
de pólo gastronômico e ecoturismo
na região", afirmou.
Sérgio Ricardo disse
que todas as entidades envolvidas na luta
de preservação da reserva querem
que a parceria sociedade civil e poder público
ocorra de modo efetivo. Explicou que a união
é essencial para a elaboração
de projetos de trabalho e renda, com enfoque
na proteção do meio ambiente,
para as 4 milhões de pessoas que moram
no entorno da reserva.
"O Tinguá é
uma área estratégica na Baixada
Fluminense, com 26 mil hectares, abrangendo
cinco municípios. Além de única
da região na preservação
da Mata Atlântica, é um manancial
de abastecimento complementar ao sistema do
Guandu, responsável pela água
fornecida para toda a região metropolitana
do Rio", explicou.