02/03/2006
- É preciso diversificar os investimentos
em ciência e tecnologia na Amazônia,
hoje concentrados na área de meio ambiente
e recursos naturais. A tese foi defendida
hoje (2) pelo presidente da Sociedade Brasileira
para o Progresso da Ciência (SBPC),
Ennio Candotti, que participa, em Manaus,
de um encontro com 50 pesquisadores da região
amazônica.
"A pauta ambiental
é importante, mas é limitada,
não pode ser a única – até
porque ela não prospera se as outras
não forem contempladas", argumentou
Candotti. "Deve-se investir também
em engenharia, em saúde, em ciências
sociais, nas áreas básicas de
química e de física".
O presidente da Fundação
de Amparo à Pesquisa no Amazonas, Odenildo
Sena, disse que a área de ciências
agrárias foi a mais beneficiada com
recursos da instituição, seguida
da área biológica. "A mais
prejudicada foi a área de humanas.
E a gente precisa reverter esse quadro, porque
temos um laboratório a céu aberto
no Alto Solimões e Alto Rio Negro,
sem lingüistas para trabalhar com toda
essa diversidade cultural", afirmou.
Sena citou a elaboração
da gramática Sateré-Maué
como exemplo de pesquisa importante que a
instituição financiou nesses
quase três anos de existência.
"Na medida em que você sistematiza
uma língua, fortalece seu uso e preserva
a cultura daquele povo, fortalecendo o poder
do não-branco", disse ele.