Panorama
 
 
 
 

PROGNÓSTICOS E RECOMENDAÇÕES PARA O PERÍODO DE JANEIRO/FEVEREIRO E MARÇO DE 2006

Panorama Ambiental
Porto Alegre (RS) – Brasil
Março de 2006

CONSELHO PERMANENTE DE AGROMETEOROLOGIA APLICADA DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL - COPAAERGS

Boletim de Informações n°9 - 21 de dezembro de 2005

O Conselho Permanente de Agrometeorologia Aplicada do Estado do Rio Grande do Sul, instituído através do Decreto nº 42.397 de 18 de agosto de 2003, visando aprimorar as informações aos agricultores e entidades do setor primário como um todo, bem como aproveitando as experiências anteriores de monitoramento de tempo e clima para agricultura, divulga recomendações técnicas essenciais para o planejamento e manejo das principais atividades agrícolas no Estado, em função das tendências climáticas para o próximo período com base nos dados colhidos por todas as instituições que trabalham com meteorologia no Estado.

I – SITUAÇÃO ATUAL E PROGNÓSTICOS CLIMÁTICOS

O mês de novembro registrou chuva abaixo da normal climatológica em praticamente todo o Estado.
Nos primeiros vinte dias de dezembro permaneceu a deficiência pluvial, agora em todo o Estado sendo mais intensa no norte do Estado.
No Oceano Pacífico, a Temperatura da Superfície do Mar (TSM) neste último mês esteve próxima à média histórica em quase toda a faixa equatorial; próximo à costa oeste da América do Sul permaneceu o resfriamento, observado desde o mês de junho. No Atlântico Sul, manteve-se o aquecimento observado há vários meses, o qual se estende desde o litoral sudeste do Brasil até o Uruguai (conforme Figura 1).

Com relação ao fenômeno La Niña, tecnicamente não se pode dizer no momento da ocorrência do mesmo. No entanto, não se descarta a possibilidade de que venha a ocorrer um episódio fraco. É importante salientar que esse fenômeno não apresenta influência considerável no regime de chuvas para o verão em nosso Estado. A anomalia positiva de temperatura no Oceano Atlântico subtropical associada à anomalia negativa na costa leste do oceano Pacífico poderá contribuir para a irregularidade e má distribuição das chuvas no Estado. Da mesma forma, as temperaturas máximas e mínimas apresentarão grande variabilidade neste período.

No mês de janeiro, a maior probabilidade é da precipitação ficar pouco abaixo do padrão climatológico no sul do Estado e dentro do padrão nas demais regiões. Em fevereiro, a maior probabilidade indica precipitação pouco abaixo do padrão na fronteira sul do Estado e nas missões; nas demais regiões, dentro do padrão climatológico. Para março, a maior tendência é da precipitação ficar um pouco acima do padrão no leste e nordeste, e dentro do padrão nas demais regiões do Estado.
A temperatura mínima, para o mês de janeiro ficará entre o padrão climatológico ou pouco acima em todo o Estado. Em fevereiro a mínima ficará um pouco abaixo do padrão climatológico em todo o Estado. Para março a mínima ficará um pouco acima do padrão em praticamente todo o Estado.
A temperatura máxima para janeiro ficará pouco abaixo do padrão climatológico no Litoral Sul e em todo Vale do Uruguai e dentro do padrão nas demais regiões. Em fevereiro a temperatura máxima ficará abaixo do padrão climatológico e no mês de março a máxima ficará acima do padrão climatológico.
Destacamos que a persistência das anomalias de chuva prevista para janeiro e fevereiro pode provocar déficit hídrico em algumas regiões, principalmente na fronteira sul do Estado.

É lembrado que as previsões climáticas são ainda, de caráter experimental e, para a Região Sul do Brasil, elas têm média confiabilidade.

Recomendações Técnicas

I – ORIENTAÇÕES TÉCNICAS GERAIS

1. Consultar a assistência técnica da Emater, IRGA, Cooperativas e outras para o manejo e condução das culturas de inverno e para o planejamento e implantação das culturas de primavera-verão;
2. Consultar os serviços de previsão de tempo e clima, para o planejamento, manejo e execução das operações agrícolas;
3. Observar o zoneamento agrícola;
4. Escalonar a época de semeadura/plantio, utilizando cultivares de ciclos diferentes;
5. Utilizar a população de plantas indicada para a cultura;
6. Dar preferência ao plantio direto na palha. Não sendo possível, mobilizar o solo o mínimo necessário, por ocasião do preparo e da semeadura;
7. Implantar as culturas sob adequadas condições de umidade e temperatura do solo.
8. Dentro do sistema de produção, observar práticas de rotação de culturas;
9. Racionalizar o uso da água e irrigar quando necessário, preferencialmente nos períodos críticos das culturas;
10. Para cultivos de culturas de sequeiro (milho, soja, sorgo e forrageiras) em várzeas úmidas, promover drenagem a fim de evitar excessos hídricos prolongados;
11. Descompactar o solo, quando necessário;
12. Evitar o esvaziamento de barragens;
13. Se necessário, realizar os tratamentos fitossanitários preconizados para cada cultura, observando as medidas gerais de segurança ao aplicador e ao meio ambiente;
14. Seguir as recomendações técnicas emanadas da pesquisa.

II– ORIENTAÇÕES TÉCNICAS ESPECÍFICAS

PARA A CULTURA DO ARROZ

1. Racionalizar o uso da água disponível através da sua movimentação mínima nos quadros e manutenção de baixas lâminas de água;
2. Evitar banhos, principalmente nos sistemas de plantio direto e cultivo mínimo, limitando-os ao estritamente necessário;
3. Realizar a primeira aplicação da adubação nitrogenada em cobertura no solo seco quando as plantas estiverem com 3 a 4 folhas, devendo-se entrar com água até no máximo três dias após.


PARA A CULTURA DO MILHO

1. Havendo condições adequadas de umidade no solo, realizar a semeadura o mais breve possível;
2. Usar adubação nitrogenada em cobertura. Se utilizar uréia, fazê-lo somente se o solo apresentar condições adequadas de umidade;
3. Colher assim que amadurecer, secar imediatamente e armazenar corretamente, visando preservar a qualidade do grão;
4. Para semeaduras deste final de período, utilizar cultivares precoces e superprecoces, em populações entre 40.000 a 50.000 plantas por hectare.

PARA A CULTURA DO SORGO

1. No sistema de plantio direto, semear na profundidade de 1 a 2 cm, com leve compactação;
2. Usar adubação nitrogenada em cobertura. Quando utilizar uréia, fazê-lo somente quando o solo apresentar umidade adequada;
3. Realizar a semeadura até 20 de janeiro;

PARA A CULTURA DO FEIJÃO

1. Usar adubação nitrogenada em cobertura. Quando utilizar uréia, fazê-lo somente quando o solo apresentar umidade adequada;
2. Colher assim que amadurecer, secar imediatamente e armazenar corretamente, visando preservar a qualidade do grão;
3. Dar preferência para cultivares de sistemas radiculares mais desenvolvidos, tais como Rio Tibagi, Guapo Brilhante, FT Nobre e IAPAR 44.

PARA A CULTURA DA SOJA

1. Para semeaduras deste final de período, utilizar cultivares semitardias/tardias;
2. Como medida de prevenção à ferrugem asiática, realizar vistorias sistemáticas da lavoura, desde o início do desenvolvimento vegetativo, intensificando a partir da floração;
3. Utilizar o tratamento de sementes.

PARA FRUTICULTURA

1. Dar ênfase ao uso de cortinas quebra-vento para reduzir o déficit hídrico e a disseminação de pragas e doenças;
2. Promover o manejo da vegetação em pomares, com coberturas verdes, e propiciar a cobertura morta na projeção da copa das frutíferas para proteger o solo e reter a umidade;
3. Realizar a poda verde para diminuir os riscos de doenças e melhorar a coloração dos frutos;
4. Dar ênfase ao monitoramento de pragas e doenças;
5. Realizar o raleio de frutos nas espécies que necessitem desta prática;
6. Suplementar com irrigação pomares plantados neste ano, para favorecer o estabelecimento do sistema radicular; utilizar cobertura morta ao redor das mudas, sempre que possível;
7. Proceder irrigações diárias e em baixo volume para a cultura do quivizeiro, para aumentar o tamanho final dos frutos;
8. Realizar adubação somente quando o solo apresentar umidade adequada;
9. Redobrar a atenção nos vinhedos visando o adequado controle do míldio. Da mesma forma, em pomares de pêssego, para o controle da podridão parda;
10. Aumentar o número de armadilhas para monitoramento da população de mosca das frutas;
11. Em viticultura, observar o ponto de maturação/ colheita das uvas, pois com déficit hídrico associado à grande amplitude térmica diária, as bagas mudam de cor antes de terem atingido um adequado acúmulo de sólidos solúveis totais, induzindo a erros de ponto de colheita.

PARA AS HORTALIÇAS

1. Para instalação de novas hortas, escolher áreas bem drenadas;
2. Em ambientes protegidos, evitar irrigação em excesso e utilizar cobertura morta com plástico preto e irrigação por gotejamento;
3. Dar ênfase ao monitoramento de pragas e doenças;
4. Em ambientes protegidos (túneis e estufas) proceder a abertura o mais cedo possível e o fechamento ao pôr-do-sol;
5. Dar preferência à produção de mudas em sementeiras em túneis baixos e estufas, destinadas a este fim específico, evitando os efeitos das chuvas, principalmente;
6. No preparo do solo para semeadura de plantas de baraço (cucurbitáceas), quando as culturas não forem irrigadas, fazer subsolagem e semeadura direta, a fim de aprofundar o sistema radicular.

PARA AS FORRAGEIRAS

1. Escalonar a época de semeadura;
2. Iniciar os trabalhos de drenagem nas áreas de terras baixas que serão semeadas a partir de fevereiro/março de 2006 com pastagens cultivadas;
3. Realizar o diferimento das pastagens, visando a ressemeadura dos campos;
4. Aumentar o estoque de forragens no campo diminuindo a carga animal, através do diferimento de potreiros ou suplementação com forragens conservadas (feno ou silagem);
5. No manejo de forrageiras e pastagens, evitar o pastejo excessivo das plantas, para manter a cobertura do solo e facilitar a recuperação das mesmas;
6. Lembrar que períodos de descanso (sem animais) por 40-45 dias servem para promover o aprofundamento de raízes e resultam em maior acúmulo de matéria seca aérea;
7. Diminuir a lotação das pastagens nos períodos em que ocorrem estiagens, utilizando outros potreiros ou alimentação suplementar;
8. Neste mês, dezembro, ainda podemos implantar forrageiras de verão, utilizando mudas ou sementes de alto vigor.

Participantes

As seguintes Instituições e Entidades participaram desta reunião do COPAAERGS e da elaboração do presente documento.
SAA / Coordenadoria Estadual de Planejamento? Agrícola – CEPA – Coordenação
Associação Riograndense de Empreendimentos? de Assistência Técnica e Extensão Rural - EMATER/RS / Associação Sulina de Crédito e Extensão Rural – ASCAR
Companhia Nacional de Abastecimento –? CONAB
Coordenadoria Estadual da Defesa Civil da Casa Militar?
Empresa? Brasileira de Pesquisa Agropecuária – EMBRAPA TRIGO
Federação da? Agricultura do Estado do Rio Grande do Sul – FARSUL
Federação dos? Trabalhadores na Agricultura no Rio Grande do Sul – FETAG
Fundação? Estadual de Pesquisa Agropecuária – FEPAGRO/SCT
Fundação Estadual de? Proteção Ambiental Henrique Luis Roessler* - FEPAM
Universidade Federal do? Rio Grande do Sul – UFRGS
Instituto Nacional de Meteorologia – INMET / 8º? Distrito de Meteorologia
Instituto Rio Grandense do Arroz – IRGA?
SAA? / Área de Seguro Agrícola
Sociedade Brasileira de Agrometeorologia?

Estas recomendações ora elaboradas, serão divulgadas através das instituições participantes, bem como através da Internet, nos seguintes sites:

www.agrometeorologia.rs.gov.br
www.cpmet.ufpel.tche.br
www.inmet.gov.br
www.irga.rs.gov.br;
www.cpact.embrapa.br
www.ufrgs.br/agronomia/tempoeclima
www.cnpt.embrapa.br/agromet
www.emater.tche.br
www.fepagro.rs.gov.br

Para acesso aos serviços de previsão de tempo (curto prazo) indicamos as seguintes instituições:

8º Distrito de Meteorologia (Porto Alegre) - Fone: (51) 3334.7412 ou www.inmet.gov.br
Centro de Pesquisas Meteorológicas da? UFPEL (Pelotas) - Tele-previsão: (53) 277.6699
Centro de Previsão de Tempo? e Estudos Climáticos – CPTE/INPE (Cachoeira Paulista-SP) ou www.cptec.inpe.br.

Porto Alegre, 21 de dezembro de 2005.

Nele, além de várias outras seções interessantes, está disponível toda a coleção de Boletins do COPAAERGS e do Fórum de Tempo & Clima.
Você pode acessa-lo através do Site da SAA ou pelo endereço abaixo:
www.agrometeorologia.rs.gov.br

 
 

Fonte: Secretaria Estadual de Meio Ambiente do Rio Grande do Sul (www.sema.rs.gov.br)
Assessoria de imprensa

 
 
 
 
 
 

 

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