09/03/2006
- O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente
e dos Recursos Naturais Renováveis
(Ibama) anunciou hoje (9) a criação
de uma estação ecológica
para proteger o único espaço
ainda preservado da Baía de Guanabara.
Localizada dentro da Área de Proteção
Ambiental (APA) de Guapimirim, na Baixada
Fluminense, a estação é
constituída por um bosque de manguezais
primários, com características
semelhantes às que os colonizadores
portugueses encontraram na chegada ao Brasil.
"Esse é o trecho
mais valioso do ponto de vista ambiental.
Não é uma área marinha,
mas sim uma floresta de manguezais, perto
da desembocadura dos rios Caceribu e Guaraí,
os únicos da Baía de Guanabara
com condições de balneabilidade",
explicou o chefe da APA de Guapimirim, Breno
Herrera.
Ele lembrou a importância
da preservação também
do ponto de vista econômico: "As
áreas de mangues são procuradas
por peixes de várias espécies
para desovar. Isso é também
uma garantia para a atividade pesqueira. E
são filtros biológicos naturais,
já que suas árvores retiram
impurezas da águas".
A Estação
Ecológica da Guanabara tem 2 mil hectares
e é de acesso bem mais restrito que
uma APA, já que não permite
nenhum tipo de pesca no local. Segundo Breno
Herrera, contudo, a comunidade que vivia da
captura de caranguejos e da pesca não
será prejudicada: "A estação
foi desenhada em acordo com a comunidade pesqueira.
Os pescadores sabem que ela é a garantia
do futuro da atividade na Baía de Guanabara".
Herrera informou ainda que
o Ministério do Meio Ambiente já
começou a liberar recursos para o desenvolvimento
de um circuito de ecoturismo na área
ao redor da estação ecológica.
"Essa vai ser a nossa contrapartida.
O ecossistema dessa região da Baixada
Fluminense é belíssimo, mas
ainda pouco explorado. É um verdadeiro
museu a céu aberto, aonde se podem
ver aves e também espécies em
extinção, como o jacaré
de papo-amarelo. É um lugar parecido
com o Pantanal Mato-grossense", acrescentou.