(09/03/06) - O presidente
do Ibama, Marcus Barros, e o governador do
Mato Grosso, Blairo Maggi, assinaram às
15h de hoje um termo de cooperação,
com objetivo de reduzir ainda mais os índices
de desmatamento ilegal e de queimadas no estado
e, por tabela, na Amazônia Legal.
Apesar dos esforços
em contrário no último ano,
quando o desmatamento caiu cerca de 40% no
estado (31% na Amazônia Legal) o Mato
Grosso continua a ser o campeão da
devastação. Sozinho, responde
ainda hoje por 60% dos desmatamentos na Amazônia.
O termo de cooperação, também
assinado pelo diretor de Proteção
Ambiental do Ibama, Flávio Montiel,
e pelo secretário do estado do Meio
Ambiente, Marcus Machado, prevê a gestão
integrada para o monitoramento remoto do desmatamento,
a fiscalização ambiental e,
ainda, o controle de queimadas e de incêndios
florestais, no qual o estado também
ocupa um dos primeiros lugares no ranking.
Um dos instrumentos mais
importantes do acordo será o Sistema
de Fiscalização Compartilhado.
Anunciado em janeiro passado pelo governo
mato-grossense, ele possibilita o monitoramento
via satélite, tanto do desmatamento
quanto de queimadas. O sistema é semelhante
ao já utilizado pelo Ibama, em parceria
com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais
(Inpe). Por meio da análise de imagens
de satélite, ele registra em tempo
real, com grande precisão, zonas de
desmatamento. É possível identificar,
na hora, se o desmate foi autorizado pelo
órgão ambiental ou se trata
de desmatamento ilegal, facilitando a identificação
e punição dos infratores.
“No último ano, em
conjunto com os estados, o Ibama deu uma resposta
seriíssima ao grave problema da devastação
natural, reduzindo em 31% os índices
de desmatamento. Isso ocorreu com fiscalização,
mas também com medidas estruturantes.
Estamos apontando não só problemas,
mas também soluções.
O êxito foi possível porque atuamos
juntos”, afirmou o presidente do Ibama, Marcus
Barros.
“Com suas iniciativas, o
Mato Grosso está se tornando paradigma
para o restante dos estados no enfrentamento
aos problemas ambientais. O governador Baggi
vem dando provas seguidas de liderança
e inteligência; foi o único,
por exemplo, a realizar concretamente a promessa
de que colocaria 10% do efetivo da Polícia
Militar para trabalhar contra os crimes ambientais”,
afirmou o presidente do Ibama.
“Acabou o tempo das conveniências.
Nós estamos construindo algo novo.
Um novo modelo de gestão. Queremos
ser reconhecidos pelo nosso trabalho. Ainda
há muito medo do setores madeireiro
e agropastoril com a nossa política,
mas nós queremos acertar as coisas”,
afirmou o governador.
Com o termo de cooperação,
Ibama e Governo do Estado atuarão juntos
em várias frentes. Dentre outras, implementarão
o Centro de Gestão Ambiental Integrada,
que terá por objetivo compartilhar
ações de monitoramento do desmatamento,
queimadas e incêndios florestais e das
ações de fiscalização.
Realizarão campanhas educativas da
sociedade.
Darão cursos de queima
controlada a agricultores. Formarão
equipes de servidores do Estado e de colaboradores,
com a finalidade de executar a fiscalização
ambiental, bem como a prevenção
e combate a incêndios florestais. Celebrarão
parcerias com órgãos da Administração
Pública, inclusive Corpo de Bombeiros
e Polícia Militar, prefeituras e organizações
não governamentais, buscando fortalecer
a fiscalização preventiva e
repressiva.
“Com ações
como esta, pretendemos reduzir em pelo menos
mais 10% a taxa de desmatamento na Amazônia”,
afirmou o diretor de Proteção
Ambiental do Ibama, Flávio Montiel.
O diretor, que está em Cuiabá
para um encontro com todos os gerentes e chefes
de fiscalização do Ibama dos
nove estados da Amazônia Legal, pretende,
durante o evento, definir planejamento das
operações prioritárias
de fiscalização para 2006.
“O primeiro ano do Plano
de Prevenção e Controle do Desmatamento
na Amazônia Legal foi exitoso. Enfrentamos
dificuldades, mas conseguimos uma queda de
31% na taxa do desmatamento. Contudo, é
necessário avançar. Podemos
neste ano fazer a taxa cair em mais 20%, mas
para isto será fundamental a gestão
compartilhada, como a que ocorre no Mato Grosso”,
afirmou Montiel.