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POPULAÇÕES TRADICIONAIS GANHAM NOVO ESPAÇO DE DIÁLOGO NO IBAMA

Panorama Ambiental
Brasília (DF) – Brasil
Março de 2006

(10/03/06) - A Diretoria de Desenvolvimento Socioambiental (Disam) será criada oficialmente por decreto presidencial, nos próximos dias, porém a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, já inaugurou dia 08 de março as instalações deste espaço de diálogo com as populações tradicionais e toda a sociedade civil para a proteção, conservação e gestão do meio ambiente.
Ibama/Divulgação

A ministra disse que o decreto de criação da nova diretoria está no Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão (MPOG) para últimos ajustes e, em breve, será publicado no Diário Oficial da União. A Disam engloba o Centro Nacional de Populações Tradicionais e Desenvolvimento Sustentável (CNPT) e fortalece o trabalho do Ibama na relação com as populações tradicionais. “Esse espaço físico só se consolida como tal porque antes foi construído um espaço institucional na relação das pessoas dentro do CNPT, na relação do centro especializado com a sociedade e no benefício que a sociedade vem recebendo em relação às suas demandas.

Além de comemorar a criação dessa nova diretoria, quero aproveitar para agradecer cada servidor e servidora por esse trabalho estruturante que estamos fazendo, que não é pirotecnia ambiental. Trabalho voltado para deixar verdadeiras estacas de maçaranduba em terra molhada, que não apodrecem nunca, representando a força do setor ambiental brasileiro”, destacou Marina.

O presidente do Ibama, Marcus Barros, destacou a criação da DISAM colocando-a no patamar de uma das mais expressivas conquistas da gestão de Marina Silva no Ministério do Meio Ambiente. “De todas as conquistas pelas quais ela brigou, lutando muitas vezes contra forças declaradas, a criação da Diretoria do Desenvolvimento Socioambiental no Ibama é o que possui maior ligação com a origem de Marina nos seringais do Acre. A população brasileira agradece, mas a população excluída agradece muito mais”, afirmou Marcus Barros.

O presidente do Ibama elogiou o trabalho o assessor da Presidência Paulo Oliveira, que lutou no CNPT para a consolidação dessa nova diretoria. “Este espaço físico que é inaugurado hoje nos serve como referência do norte que deveremos trilhar. Destaco o trabalho do Paulo Oliveira, que fez surgir, a partir desse espaço, o compromisso cada vez maior com as populações tradicionais, com o homem brasileiro na sua relação direta com o meio ambiente”, afirmou o presidente.

Uma história marcada pelo compromisso

“Estamos falando da história das mulheres marisqueiras, das quebradeiras de coco de babaçu, dos pescadores de interior e do nosso litoral, dos caiçaras e de tantos outros que fazem parte das populações tradicionais desse nosso país”. E estas histórias, segundo Paulo Oliveira, estão intimamente ligadas ao surgimento do CNPT. Ele destacou ainda que o Ibama, ao abraçar esse desafio e criar um centro especializado, trilhou o caminho de atender às demandas de promoção dessas populações tradicionais. “Muito se aprimorou nesses 14 anos e grandes são também os desafios desse centro. O expertise de nossos companheiros da educação ambiental aliado ao trabalho desenvolvido pelo CNPT irão consolidar esta diretoria dentro do Ibama como espaço de diálogo”, destacou Paulo.

E o crescimento não pára. Desde o surgimento do CNPT, há 14 anos, o Centro já criou 44 unidades, entre reservas extrativistas e de desenvolvimento sustentável. “Hoje são oito milhões e meio de hectares de áreas conservadas em conjunto com as comunidades, reunindo em torno de 40 mil famílias beneficiadas. Estamos com 80 demandas de criações de novas reservas extrativistas. E isso é resultado da luta pela defesa de uma cultura e pelo desenvolvimento de um modo de vida e trabalho, que, nascidos nos seringais do Acre, espalharam-se para os mais diversos grupos sociais e biomas brasileiros”, afirmou Oliveira.

Ao se olhar para o futuro, agora com a criação da DISAM, Paulo acredita no reforço substancial para o cumprimento das novas metas. “Pretendemos criar mais 20 reservas extrativistas e implantar o conselho deliberativo em todas as unidades hoje criadas. Pretendemos ainda estabelecer 15 planos de manejo nas 44 unidades”, destaca Paulo. Segundo o assessor, o trabalho da DISAM com a Coordenação Geral de Regularização Fundiária contribuirá para a regularização fundiária dessas áreas.

Ibama e populações tradicionais: uma relação que venceu barreiras

O primeiro chefe do CNPT, Rafael Pizon, e o representante do Grupo de Trabalho Amazônico (GTA), Adilson Vieira, marcaram presença na cerimônia de inauguração das novas instalações do CNPT. O assessor da presidência Paulo Oliveira aproveitou a ocasião para homenagear os servidores Thiago Silas Padovani e Jodaías de Carvalho Silva que ajudaram para que a inauguração das novas instalações fosse um sucesso.

“Vocês não podem imaginar a alegria e emoção de estar presente nessa inauguração, pois o nosso CNPT já foi mal visto no Ibama, por aqueles que não acreditavam no socioambientalismo. O Ibama superou as críticas e reconhece hoje que não se faz proteção nem conservação ambiental sem a colaboração da sociedade civil. Isso graças à ação fecunda do CNPT”, afirmou Pizon.

Ele relembrou ainda o papel do CNPT na influência de políticas públicas no Incra. “Ao se conhecer a realidade das reservas extrativistas houve um movimento, dentro do processo de reforma agrária, que culminou na recuperação não só os assentamentos extrativistas, mas na criação de assentamentos de desenvolvimento sustentável, o que foi um avanço enorme na reforma agrária”, destacou Pizon.

Pizon espera que a nova estrutura do CNPT, na futura Diretoria de Desenvolvimento Socioambiental, mantenha a sua aliança com a sociedade civil, para que os avanços continuem. “Que esta nova diretoria possa ser um elo para que a cada dia a proteção, a conservação, a gestão ambiental se faça junto com a sociedade, pois não há como se dissociar as questões ambientais das sociais. Elas são inseparáveis”, frisou.

Para o representante do GTA, Adilson Vieira, o enfrentamento dentro do Ibama, de pessoas que queriam o instituto mais voltado para as populações da floresta com aqueles que diziam que a preservação deveria ser só de árvores e bichos, foi um processo árduo, mas frutífero. “Só iremos conservar de fato as riquezas ambientais do nosso país quando valorizarmos de forma eficiente e verdadeira as nossas populações”, destacou Vieira.

Ele relembra a criação de uma comissão formada por movimentos sociais e que cobrou o crescimento do CNPT à diretoria. “Estamos felizes de ver que o CNPT cresceu bastante e que há uma abertura para que possamos crescer ainda mais. Continuamos comprometidos com as bandeiras históricas do CNPT, de consolidar as reservas extrativistas, de trabalhar pela implementação das unidades criadas e ainda de criar novas unidades”, reiterou Adilson.

 
 
Fonte: Ibama – Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (www.ibama.gov.br)
Ascom (Sandra Tavares)
Foto: Ibama/Divulgação
 
 
 
 
 
 

 

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