16/03/2006 - A ministra
do Meio Ambiente, Marina Silva, afirmou nesta
quinta-feira (16), em Curitiba, que o Brasil
quer liderar de forma fraterna e solidária
o processo de implementação
das diretrizes gerais de Convenção
de Biodiversidade. "Quer liderar pelo
exemplo, combatendo a perda da biodiversidade
em biomas importantes, como Cerrado, Caatinga,
Mata Atlântica, floresta Amazônica,
tão ameaçados e que precisam
de respostas imediatas", destacou.
Marina abriu a 47ª reunião extraordinária
do Conama, que discutirá a proposta
de resolução criando a compensação
ambiental na cobrança e aplicação
dos recursos pagos por empresas responsáveis
por obras de impacto ambiental significativo.
Õ Conama também votará
a recomendação para que o governo
federal crie por decreto o Plano Nacional
de Áreas Protegidas. O Plano permitirá
a consolidação de um sistema
ampliado de áreas protegidas, tanto
terrestres como marinhas. A reunião
do Conama segue até esta sexta-feira.
Em seu discurso, a ministra destacou que as
políticas públicas implementadas
pelo governo nos últimos três
anos vêm freando a perda da biodiversidade
na floresta Amazônica, um dos mais importantes
biomas do Planeta. "O processo vinha
em alta velocidade e trazia inúmeros
prejuízos na desconstituição
da cobertura vegetal e da prestação
dos serviços ambientais que eles oferecem
para o equilíbrio do planeta",
ressaltou.
De acordo com Marina Silva, constitui um dos
grandes desafios para o Brasil a proposta
de liderar o processo de implementação
da Convenção da Diversidade
Biológica. Segundo ela, o evento tratará
de questões importantes, como o artigo
8j, que trata dos conhecimentos tradicionais
associados e da justa partilha de benefícios
pelo uso desses conhecimentos.
"É um grande desafio criar um
círculo virtuoso de gerar o uso sustentável,
que gera benefícios e protege o uso
sustentável da biodiversidade",
destacou a ministra. Ela citou estudo realizado
por cerca de 1 mil 300 pesquisadores de todo
mundo, em que aponta a perda da biodiversidade
nos últimos 50 anos como a perda da
época da extinção dos
dinossauros. "Para os países em
desenvolvimento é fundamental frear
esse processo, por que as populações
pobres são as que mais dependem da
biodiversidade e as que mais sofrem as conseqüências",
ressaltou.
A ministra também destacou a decisão
do Brasil de defender a identificação
dos carregamentos de exportação
que contêm organismos vivos modificados
(OVMs) na 3ª Reunião das Partes
do Protocolo de Cartagena (MOP3)."O Brasil
tomou uma importante decisão, de forma
madura, para o avanço do Protocolo.
Se os demais países signatários
compreenderem como compreende o Brasil, a
implementação inicia-se a partir
de Curitiba", concluiu. (Matéria
para rádio em www.mma.gov.br)