13/03/2006 – O Brasil
concentra entre 15% a 20% do número
total de espécies existentes no mundo,
segundo dados do Ministério do Meio
Ambiente, o que faz com que seja considerado
o país detentor da maior fatia da biodiversidade
mundial. É com esse cenário
que, pela primeira vez na história,
o país será o anfitrião
da Conferência das Partes da Convenção
sobre Diversidade Biológica (COP-8).
A oitava edição
do encontro se realiza entre os dias 20 e
31 em Curitiba. O evento deverá contar
com a participação de delegações
dos 188 membros da Convenção
sobre Diversidade Biológica, considerado
o mais importante acordo internacional sobre
o tema.
Para o secretário
de Biodiversidade e Florestas, do Ministério
do Meio Ambiente, João Paulo Capobianco,
o mais importante é colocar em prática
as deliberações, normas e orientações
que foram tomadas pela convenção
até agora.
Entre os pilares da convenção
estão a conservação da
diversidade biológica, a utilização
sustentável de seus componentes e a
repartição justa e eqüitativa
dos benefícios decorrentes do uso dos
recursos genéticos.
"Há uma enorme
expectativa de que aquilo que a convenção
prevê, e foi detalhado esses anos todos,
seja efetivamente implantado e o mundo entre
num novo ciclo, um ciclo de real proteção
da diversidade das espécies que vem
lamentavelmente sendo reduzida de forma muito
drástica nas últimas décadas".
No total, 188 países
ratificaram a convenção, entre
os quais o Brasil. Alguns, como os Estados
Unidos, assinaram a convenção,
mas ainda não a ratificaram. João
Paulo Capobianco afirma que o interesse nos
resultados não é apenas brasileiro.
"O Brasil não
é o único país com essa
agenda, ao contrário, há uma
quantidade enorme de países que querem
agir, querem resultados, querem colaborar
para que haja uma reviravolta na forma como
a humanidade se relaciona com a biodiversidade",
diz.
De acordo com o secretário,
a expectativa é que o encontro tenha
presença maciça de ministros
de meio ambiente. "Deve ser a reunião
das partes com a maior presença de
ministros, então há muito otimismo
de que nós tenhamos uma reunião
forte, importante, que vai avançar
em decisões significativas. O nosso
interesse, o nosso esforço para que
seja uma reunião que defina ações
de implantação concreta parece
que está se tornando cada vez mais
viável e possível".
Para ele, a reunião
em Curitiba pode ser um marco "nessa
trajetória para que de fato a gente
possa reverter o dramático processo
de perda de biodiversidade a que o mundo todo
assiste hoje". Além de ser o país
sede do encontro, o Brasil assumirá
a presidência da convenção
pelos próximos dois anos.