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GRANDES IMPORTADORES EXIGEM IDENTIFICAÇÃO DE TRANSGÊNICOS, DIZ PROFESSORA

Panorama Ambiental
Brasília (DF) – Brasil
Março de 2006

14/03/2006 – Ao apoiar uma identificação precisa dos produtos transgênicos destinados à exportação, o Brasil atende a uma reivindicação dos movimentos sociais em defesa da segurança ambiental e da saúde no mundo todo – em especial, de países do Terceiro Mundo.

"Na verdade, 90% do comércio internacional de transgênicos é feito sob controle porque o grande mercado importador exige. Agora estamos falando de controlar os 10% restantes que, em geral, vão para países como os africanos, a Nicarágua, o Peru, a Bolívia, que não têm chance de fazer testes nem poder político para barrar a entrada de ajudas alimentares, por exemplo", revela Marijane Lisboa, professora do curso de relações internacionais da PUC-SP e representante da Associação de Agricultura Orgânica (AAO), entidade pertencente à Campanha Brasil Livre de Transgênicos

A rotulagem de transgênicos para exportação, dirigidos ao consumo humano, animal ou para processamento, está prevista no Protocolo de Cartagena sobre Biosegurança, acordo internacional assinado por 130 países que impõe regras ao comércio de organismos vivos modificados (OVMs). Adotado em 2000 pelos membros da Convenção sobre Diversidade Biológica (CDB), o Protocolo de Cartagena entrou em vigor em 2003.

A discussão sobre o detalhamento ou não da identificação de transgênicos começou na primeira reunião das partes em Kuala Lumpur (Malásia), em 2004, e se estendeu na segunda edição, em Montreal, no Canadá, no ano passado.

Na ocasião, Brasil e Nova Zelândia foram os únicos países que defenderam a utilização da expressão "pode conter transgênicos" no rótulo de produtos para exportação. Os outros 117 países signatários presentes votaram pela identificação precisa e completa do produto que está sendo comercializado com outro país. O tema voltou à pauta esta semana, em Curitiba, durante a 3ª Reunião das Partes do Protocolo de Cartagena (MOP-3). Havendo consenso, os 130 países passarão a negociar quais informações devem constar nos rótulos de transgênicos.

"O Protocolo de Cartagena não está discutindo se transgênico é bom ou ruim, está apenas dizendo que se você envia para outro país, tem que dizer o que está enviando. É meramente uma questão de informação", esclarece Lisboa. "O Brasil deu um passo importante ao reconhecer que comércio de transgênicos tem que ser identificado. Os países precisam saber o que estão importando para tomar as medidas que quiserem, seja comprar, controlar ou proibir."

Ela destaca que a circulação de transgênicos sem identificação representa riscos para o meio ambiente e para a saúde humana. Um grão não liberado para consumo, por exemplo, acaba entrando livremente no país. Esse grão pode cair no chão, germinar e causar contaminação ambiental. Transgênicos teoricamente não aprovados para consumo humano em determinado país também podem entrar despercebidos na carga não identificada.

"Vamos comer alguma coisa que não foi aprovada pelas nossas autoridades e, se houver algum problema de saúde, não saberemos nem a quem nos queixarmos, pois não saberemos de que país veio e qual empresa produziu", diz a professora de relações internacionais.

Lisboa contesta o argumento dos produtores rurais, que alegam que as exportações agrícolas brasileiras perderão competitividade com o custo adicional referente à identificação de transgênicos. Segundo ela, o custo para controle é de apenas quatro centavos de dólar por tonelada.

"Grande parte das nossas exportações já passam pelos testes e saem identificadas porque os grandes mercados importadores, que são a União Européia, a China e o Japão não compram sem saber o que estão comprando. Esses países têm leis claras e os exportadores tratam de seguir", reitera. "O fato de termos uma mercadoria bem identificada é uma maneira de garantir mercado. Quando nos mostramos um país confiável, só teremos a ganhar no comércio internacional", avalia.

 
 

Fonte: Agência Brasil - Radiobras (www.radiobras.gov.br)
Mylena Fiori

 
 
 
 
 
 

 

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