17/03/2006 – A verba que
a Agência Nacional de Águas (Ana)
dispõe neste ano para fazer o monitoramento
das bacias hidrográficas
brasileiras é 25% menor que o necessário.
"Os custos do sistema são da ordem
de R% 18 milhões, mas em 2006 contamos
com apenas R$ 13,5 milhões, por causa
do contingenciamento", declarou o superintendente
de Informações Hidrológicas
da Ana, Valdemar Santos, no "2º
Seminário Água e Sociedade na
Amazônia", que acontece hoje (17)
em Manaus.
"A agência é
dinâmica e está trabalhando para
buscar mais verbas, para que chegue ao final
do ano com as atividades a todo vapor",
ressaltou Santos. Segundo ele, no ano passado
o montante disponível para a atividade
ficou entre R$ 14 e R$ 15 milhões.
"Isso é muito importante. Se você
não tiver dinheiro, você não
tem como operar; perde informação.
E o monitoramento é a base de toda
gestão."
Santos contou à Radiobrás
que a verba para esse monitoramento vem do
total arrecadado pelo governo federal com
as compensações financeiras
pagas pelas empresas operadoras do setor energético.
"São cerca de R$ 600 a R$ 700
milhões por ano. Noventa por cento
desse recurso vai para os municípios
que têm áreas inundadas".
O superintendente explicou
ainda que a agência coordena na Amazônia
uma rede de monitoramento da Bacia do Rio
Solimões/Amazonas, com mil estações
de coleta de dados, diariamente captados por
agentes locais especialmente treinados. A
cada três meses, essas informações
são recolhidas e analisadas. "A
gente sabe a vazão, o nível
dos rios, a quantidade de chuva acumulada
e a qualidade da água", detalhou.
"Na região, há poluição
apenas próxima aos grandes centros
urbanos, pela falta de saneamento básico,
e em áreas de garimpo."
O 2º Seminário
Água e Sociedade na Amazônia
está sendo organizado pelo Núcleo
Interdisciplinar de Energia, Meio Ambiente
e Água (Niema) da Universidade Federal
do Amazonas (Ufam).