21/03/2006 - Curitiba - A
organização não-governamental
ambientalista Greenpeace lançou hoje
(21), na Conferência das Partes da Convenção
sobre Diversidade Biológica (COP-8),
um estudo que revela a extensão do desmatamente
no mundo.
De acordo com a pesquisa,
apenas 10% das áreas florestadas no planeta
permanecem intactas. Nove em cada dez hectares
de floresta já foram destruídos
"Pela primeira vez foi
feito um mapa com parâmetros globais de
comparação, que nos permite localizar
exatamente onde estão essas áreas
de vegetação nativa", explicou
o coordenador de Campanha de Florestas do Greenpeace,
Cristoph Thies.
De acordo o diretor de Campanhas
do Greenpeace Brasil, Marcelo Furtado, cerca
de 35% das áreas preservadas estão
na América Latina, a maior parte delas
no Brasil.
"Temos mais da metade
das espécies terrestres (vegetais e animais)
em menos de 10% do planeta", completou.
"Isso nos dá um enorme desafio de
proteção dessa biodiversidade.
É preciso criar novas áreas protegidas."
O levantamento do Greepeace
tomou como base imagens do satélite Landsat
referentes a 2001 e 2002. O estudo considerou
floresta intacta aquelas com áreas de
mais de 500 quilômetros quadrados. São
regiões que podem ter presença
humana, mas sem grades conglomerados, nem infra-estrutura
permanente, como estradas.
"Na verdade, se você
olha para a Amazônia brasileira, curiosamente
verá que as áreas preservadas
são aquelas onde há população
tradicional", ressalta o diretor de Campanhas
do Greenpeace Brasil.
"Essas pessoas contribuíram
para a proteção dos recursos.
E se elas não forem envolvidas na gestão
das unidades de conservação, não
adianta investir em capacitação,
porque essa política tenderá ao
fracasso."
O estudo do Greenpeace revelou
ainda que dos 148 países que possuíam
cobertura vegetal, 82 deles já perderam
completamente toda essa vegetação
nativa. Metade da floresta perdida nos últimos
10 mil anos foi destruída nos últimos
80 anos.
O Relatório Ecossistêmcio
do Milênio (estudo divulgado pela Organização
das Nações Unidas no ano passado)
já apontava que, de agora até
2050, a degradação deve aumentar
dez vezes a velocidade, se nada significativo
for feito.