21-03-2006 – Curitiba - A
ministra do Meio Ambiente e o chefe da Divisão
de Meio Ambiente do Itamaraty, Luiz Alberto
Figueiredo, anunciaram hoje à tarde que
o governo brasileiro continuará apoiando
a proibição de pesquisas e comercialização
de tecnologias Terminators. O anúncio
foi feito no segundo dia da COP 8, maior fórum
global sobre biodiversidade, que acontece até
31 de março em Curitiba.
Essa proibição,
que foi adotada durante a realização
da COP 5, em 2000, vinha sendo contestada pelas
indústrias de biotecnologia, que durante
a reunião preparatória para a
COP 8, realizada em Granada, em fevereiro último,
conseguiram incluir uma recomendação
para a revisão da proibição
de pesquisas com esse tipo de tecnologia.
Os movimentos sociais e ONGs
presentes aqui em Curitiba, como a Via Campesina,
Greenpeace e Terra de Direitos, vinham mantendo
entendimentos desde ontem com o governo brasileiro
para que essa recomendação da
reunião de Granada não fosse aceita.
Para o Greenpeace, essa tecnologia
é totalmente nociva à soberania
alimentar do Brasil e ao patrimônio genético,
transferindo o controle da alimentação
dos nossos filhos para as mãos das grandes
indústrias de biotecnologia, que conseguem
com seus tentáculos se inserirem na estrutura
dos países em desenvolvimento para defender
os seus interesses.
As tecnologias Terminator,
palavra em inglês que significa exterminador,
se refere a modificações genéticas
feitas nas plantas para que elas só passem
a produzir sementes estéreis, que não
permitirão aos agricultores produzir
suas próprias sementes a partir de sua
colheita, como é prática milenar,
perpetuando a dependência dos agricultores
em relação aos produtores de sementes.
“Os ‘Terminators’ são
uma arma de destruição em massa
que estará nas mãos das grandes
empresas de biotecnologia para destruir a soberania
alimentar do povo brasileiro. Precisamos estabelecer
um limite para que os interesses das indústrias
não se sobreponha a tudo e a todos”,
afirmou Sérgio Leitão, diretor
de Políticas Públicas do Greenpeace.