22/03/2006
- Brasília – A criação
da Comissão Nacional de Política
Indigenista mostra que o governo brasileiro
está disposto a dialogar com os povos
indígenas. Essa é a avaliação
da vice-presidente do conclave indígena,
Azelene Kaingang.
"Mais do que um ato
político, isso é um ato de consolidação
de uma democracia inclusiva e participativa
em nosso país", disse. O presidente
Luiz Inácio Lula da Silva assinou hoje
(22), no Palácio do Planalto, o decreto
que institui a comissão, encarregada
de elaborar políticas para atender
as necessidades dos povos indígenas.
Para Azelene, a comissão
é também o primeiro passo para
a criação de um Conselho Nacional
de Política Indigenista.
A comissão terá
30 membros, sendo 18 indígenas, 10
do governo federal e dois representantes de
organizações não-governamentais
ligadas às causas indígenas.
Segundo o presidente da
Fundação Nacional do Índio
(Funai), Mércio Pereira Gomes, os representantes
dos índios serão escolhidos
na Conferência Nacional dos Povos Indígenas,
que ocorrerá 10 a 20 de abril em Brasília.
Líderes de povos
indígenas brasileiros e também
de outros países participaram da cerimônia
no Palácio do Planalto, como o índio
Rex Lee Jim, da tribo Navarro dos Estados
Unidos. "É o diálogo que
trará resultados positivos para Estados
e nações indígenas",
observou ele.
Jim está no Brasil
participando do encontro da Organização
dos Estados Americanos (OEA) sobre a Declaração
Americana dos Direitos Indígenas.