Panorama
 
 
 

LIVRO RETRATA BIODIVERSIDADE DO PANTANAL

Panorama Ambiental
Brasília (DF) – Brasil
Março de 2006

23 de março de 2006 — A organização ambientalista Conservação
Internacional (CI) e o fotógrafo de natureza Theo Allofs lançam, nesta sexta-feira, dia 24, às 18h30, na Convenção sobre Diversidade Biológica, em Curitiba, o livro “Pantanal: South America’s Wetland Jewel”. Em 176 páginas que alternam imagens exuberantes e textos científicos, a obra compartilha a beleza do Pantanal para fascinar os sentidos e instigar a conservação da maior planície alagável do mundo. A publicação retrata a singularidade, as paisagens e a riqueza de espécies animais desse patrimônio natural. De traços da diversidade biológica até as marcas dos costumes do homem pantaneiro. Foram quatro anos de trabalho e seis viagens ao Pantanal, do fotógrafo e de técnicos da CI, para dividir com o leitor a experiência única de conhecer o universo pantaneiro. O projeto, explica, Theo Allofs, nasceu ancorado em duas motivações. “Por um lado, eu sabia por outras publicações que o Pantanal era um dos melhores lugares na América do Sul para ver e fotografar uma incrível variedade de animais. E por outro, o meu interesse se devia também à ameaça imposta pelo projeto da hidrovia Paraguai-Paraná, com impactos desastrosos na hidrologia da região e no meio ambiente”. Diferencial - O livro é uma espécie de enciclopédia ilustrada do Pantanal, na qual as imagens determinaram a estrutura e conduziram a elaboração do texto. Segundo Mônica Harris, diretora do programa Pantanal da CI-Brasil, o que o difere das demais publicações sobre a região é o fato de aliar a beleza cênica à informação científica de qualidade. “Esse livro traz um importante conteúdo técnico-científico numa linguagem acessível, que é o resultado de anos de trabalho de profissionais da CI e de grandes pesquisadores da região”, acrescenta. A expectativa é de que o livro possa, ao mesmo tempo, divulgar os grandes tesouros naturais do Pantanal e informar as pessoas sobre suas fragilidades e ameaças. “O meu maior desejo é que, com a beleza e a diversidade
retratadas na publicação, possamos contribuir para um equilíbrio na conservação da região. Sobretudo no que se refere aos momentos de tomada de decisão por parte dos políticos e executivos da América do Sul, que serão os
responsáveis pelo futuro dessa grande planície”.
Ameaças e impactos – Por seus intricados ciclos de cheias e secas, o Pantanal está muito vulnerável às modificações na paisagem de entorno que já põe em risco sua conservação. Relatório recente da CI-Brasil sobre o avanço do desmatamento mostra que 17% da cobertura vegetal original do Pantanal já foram destruídos, principalmente para a abertura de áreas de pastagem e cultivo. O relatório faz um alerta. Se mantido o ritmo atual de desmatamento
ou troca de pastagens nativas para a introdução de espécies exóticas – mais produtivas ao gado –, dentro de aproximadamente 45 anos a vegetação original do Pantanal terá desaparecido completamente. O desmate entre 11000-2000 na planície pantaneira aumentou em uma taxa de
0,46% por ano. O número subiu para 2,3%, considerando o período 2000-2004. “As alterações numa planície inundável podem ter graves conseqüências por ser um sistema muito frágil”, explica o gerente do Programa Pantanal, Sandro
Menezes. Embora a planície pantaneira seja designada como Reserva da Biosfera pela Unesco e considerada Área Úmida de Importância Internacional pela Convenção de Ramsar, apenas 2,9 % da Bacia do Alto Paraguai e 4,5% da área da planície pantaneira estão protegidos por algum tipo de Unidade de Conservação de Proteção Integral (UCPI) e Reservas Particulares do Patrimônio Natural
(RPPN). O impacto imediato dessa situação é a degradação do solo, o comprometimento dos processos hidrológicos que determinam os ciclos de cheia e seca, em grande parte responsáveis por toda a riqueza biológica da região e a perda de biodiversidade, pois recursos como abrigo, alimento e locais de reprodução oferecidos pelas florestas e demais tipos de vegetação às espécies animais não estarão mais disponíveis. Afora o desmatamento, estão em processo grandes projetos de desenvolvimento
nacionais e entre países que afetam à região e constituem ameaças à conservação desse mosaico de habitats, como a alteração do curso do Rio Paraguai para a implantação da Hidrovia Paraguai-Paraná, o aumento da mineração de ferro e manganês, o gasoduto Brasil-Bolívia, a instalação de
indústrias petroquímicas e da usina termelétrica de Corumbá (Termopantanal) cuja licença ambiental foi suspensa no início do mês pela Justiça Federal de Corumbá.

Medidas preventivas – Apesar das recentes multas e fechamento de carvoarias em Mato Grosso do Sul serem positivas, Menezes observa que é preciso adotar medidas de prevenção para frear o processo do desmatamento. “O ideal é fazer valer a legislação antes do desmatamento, não como reação ao que já está posto. As multas são o mínimo”, avalia. O relatório recomenda algumas ações
para reverter a situação atual, como o alinhamento da atuação das diferentes esferas do poder público; revisão da legislação referente às áreas de proteção permanente e reservas legais para essa região; integração nas políticas de conservação e uso dos recursos naturais entre os estados de
Mato Grosso e Mato Grosso do Sul; maior esforço do poder público na avaliação do licenciamento e na fiscalização de novos empreendimentos e a implementação de um amplo programa de restauração ambiental, atribuindo aos responsáveis pela degradação o ônus de custear este processo.

Serviço

O lançamento do livro “Pantanal: South America’s Wetland Jewel” ocorre amanhã, dia 24, das 18h30 às 20h15, no Expotrade Convention & Exhibition Center (Rodovia J. Leopoldo Jacomel, 10454 – Pinhais/Curitiba - PR).

Os autores – Nascido na Alemanha, o fotógrafo de natureza Theo Allofs é um dos maiores especialistas mundiais em fotografia da vida selvagem, especialmente hábitas e animais ameaçados de extinção. Seu trabalho já foi
publicado nos principais jornais e revistas de história natural ao redor do mundo. Os textos do livro são de autoria de Russell Mittermeier (presidente da CI), Mônica Barcellos Harris (diretora do programa Pantanal da CI-Brasil), Cristina G. Mittermeier (chairman council da CI), José Maria Cardoso da Silva (vice-presidente de Ciência da CI-Brasil), Reinaldo
Lourival (ex-diretor do programa Pantanal da CI-Brasil e atualmente doutorando da Universidade de Queensland, na Austrália), Gustavo Fonseca (vice-presidente executivo da CI) e Peter Seligmann (CEO da CI).

 
 

Fonte: Conservação Internacional Brasil (www.conservation.org.br)
Assessoria de imprensa

 
 
 
 
 
 

 

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