22/03/2006
- O Paraná saiu na frente na defesa
à biodiversidade da costa brasileira.
O Projeto de Gestão Integrada da Zona
Costeira do Paraná, desenvolvido pela
Secretaria de Meio Ambiente e Recursos Hídricos,
vai possibilitar o controle do impacto ambiental
sobre os ecossistemas costeiros do litoral
paranaense. Na próxima semana, ele
entra em fase de discussão pública
pelas comunidades litorâneas. Tão
logo esta fase esteja concluída o projeto
estará pronto para ser executado.
Criado com auxílio
de docentes da Universidade Federal do Paraná,
o programa paranaense é uma das principais
ações de preservação
da vida marinha em curso no Brasil, lançada
em um momento crítico para a conservação
da biodiversidade do planeta.
O projeto foi desenvolvido
em função do crescimento das
atividades produtivas como o turismo, maricultura,
atividade portuária e pesca, gerando
conflitos de uso sem sustentabilidade. Financiado
pelo Banco Mundial e pelo Ministério
do Meio Ambiente, o projeto tem o objetivo
de ordenar a ocupação das áreas
litorâneas e promover o uso sustentável
dos recursos aquáticos pelas comunidades
tradicionais.
Ocupação desordenada
- A costa paranaense possui 90 quilômetros
de extensão e abrange seis municípios
à beira-mar. É considerada uma
das áreas mais bem preservadas da costa
brasileira. O Estado abriga duas das 18 áreas
prioritárias para a conservação
marinha no país: o complexo estuarino
lagunar de Paranaguá e a planície
costeira de Guaratuba.
De acordo com o coordenador
do projeto, Paulo Roberto Castella, a região
litorânea tem sofrido com a ocupação
desordenada da orla e o crescimento urbano
e industrial. Segundo ele, o Paraná
concentra ecossistemas marinhos de grande
diversidade biológica, como manguezais,
praias, restingas, marismas, costões
rochosos e habitats submersos. “Além
disso, as baías do Litoral são
utilizadas por peixes para a reprodução”,
afirma.
Entre as atividades realizadas
no Projeto encontra-se o licenciamento ambiental
para produção de ostras e mariscos
e o monitoramento da qualidade ambiental em
toda a área costeira do Estado.
Medidas - Nesta terça-feira
(21), o Greenpeace divulgou na Conferência
das Partes da Convenção sobre
Diversidade Biológica (COP8), em Curitiba,
um relatório que identifica as últimas
áreas intactas de florestas e oceanos,
e pede a adoção de medidas urgentes
de proteção. Apenas 1% das águas
oceânicas é protegida atualmente,
segundo o texto.
“O tempo está se
esgotando”, afirma Karen Sack, ecologista
do Greenpeace Internacional. “As delegações
reunidas em Curitiba têm a oportunidade
de retomar essa discussão, para que
os países tomem a iniciativa de proteger
a vida marinha”.