22/03/2006
- Brasília – A privatização
da água e do tratamento de esgoto não
resolve os problemas de quem não tem
acesso a esse serviço público,
segundo Cláudio Langone, secretário-executivo
do Ministério do Meio Ambiente. Langone
está hoje (22) no México, onde
participou do IV Fórum Mundial das
Águas no México.
Segundo ele, a privatização
"não pode ser vendida como a saída
milagrosa para todos os males", apesar
de em algumas situações serem
necessárias parcerias com empresas
privadas. Na Argentina, onde foi testada,
essa política não deu certo.
"Precisamos avançar em apoio e
agenda internacional, e por isso estamos assinando
um acordo de cooperação entre
América Latina e União Européia
com troca de experiências e com investimentos
para qualificá-los na gestão
da água", diz.
Participante do Fórum
das Águas, o boliviano Pablo Solón
diz que há uma proposta de declarações
feita pela Bolívia em que destaca a
prioridade dos ministros de todos os países
presentes declararem a água como um
direito humano, como propriedade ambiental
e que permaneça um bem público,
sem a privatização dos serviços.
"Desejamos também que o Fórum
seja aberto para sociedade civil, campesinos
e pobres de todo o mundo," complementou.
De acordo com a coordenadora
do Programa Rede de Águas, Malu Ribeiro,
o Fórum também abordou temas
como o desmatamento em países como
o Brasil, que detêm muita água,
mas tem poluição e não
investe em parques e conservação
das florestas. Sobre a cobrança da
água, Malu afirma que já é
uma realidade na maioria dos países,
como Costa Rica e Guatemala, onde os recursos
desse uso estão destinados para ações
locais de reflorestamento e reposição
ciliar, parques e conservação
de mananciais.