20.03.2006 - Os esforços
para salvar a arara-azul, pandas, gorilas,
tigres e outros animais em extinção
não se limtam apenas à conservação
de espécies para geração
futuras. Um novo estudo realizado pela Rede
WWF comprova o impacto destas iniciativas
na redução da pobreza e na melhoria
da vida das comunidades afetadas pelos projetos.
A pesquisa, que traz estudos de caso do Nepal,
Uganda, Índia, Namíbia, Costa
Rica e China, demonstra que o trabalho de
conservação de espécies
contribui na erradicação da
pobreza e da fome, assim como estimula o desenvolvimento
sustentável e justo em áreas
rurais destes países.
Os resultados indicam que a conservação
e o gerenciamento sustentável de espécies
em extinção e seus habitats
tem com consequência direta uma maior
proteção de florestas, rios
e áreas marinhas. Com isso, as populações
que dependem diretamente destes recursos têm
mais acesso à riquezas que a natureza
lhes oferece. Isso não apenas aumenta
a renda, mas melhora a saúde e afeta
positivamente questões como a educação
e direitos das mulheres. Com isso, a pesquisa
da Rede WWF demonstra que os projetos de campo
de conservação de espécies
atendem a quatro dos oito Objetivos do Milênio
propostos pela ONU: acabar com a fome e a
miséria, igualdade entre sexos e valorização
da mulher, qualidade de vida e respeito ao
meio ambiente e todos trabalhando unidos pelo
desenvolvimento mundial.
De acordo com o estudo, alguns projetos de
ecoturismo baseados na observação
de espécies selvagens, por exemplo,
podem gerar um importante desenvolvimento
econômico local. Além disso,
o conhecimento sobre hábitos e movimentação
de animais em determinada área, estimula
um planejamento sustentável e um melhor
aproveitamento do uso da terra.
“Muitas vezes, as questões que ameaçam
as espécies são as mesmas que
contribuem para a pobreza, a perda de habitats
e de recursos naturais”, afirma Dra. Susan
Lieberman, diretora do projeto global de conservação
de espécies da Rede WWF. “Esta pesquisa
nos prova que quando os animais ameaçados
são salvos, as pessoas lucram junto”.
Com a abertura em Curitiba (PR) da Oitava
Conferência das Partes (COP8) da Convenção
da Biodiversidade (CBD) nesta segunda-feira,
dia 20/03, a Rede WWF acredita que os governos
participantes devem integrar os esforços
de conservação de espécies
com as estratégias de desenvolvimento
social.
“Parece ilógico que bilhões
de dólares sejam gastos para reduzir
a pobreza e promover o desenvolvimento econômico
sustentável sem olhar para os enlaces
entre melhoria de qualidade de vida, meio
ambiente saudável e conservação
de espécies”, conclui Dra. Lieberman.
“Agora é a hora de fazermos esta conexão
e de agirmos para concretizá-la”.