29/03/206 - Morototo,
Iguarana, Murumuru e Açaí são
nomes de algumas das sementes usadas para
fazer as "eco-jóias" produzidas
pelas artesãs das reservas Mamirauá
e Amanã, no Amazonas, levadas para
a 8ª Conferência das Partes da
Convenção sobre Diversidade
Biológica (COP-8) pelo Instituto de
Desenvolvimento Sustentável Mamirauá,
vinculado ao Ministério da Ciência
e Tecnologia (MCT). Além das bijuterias,
o Instituto expõe no estande do MCT
cestaria e esculturas de madeira produzidas
pela população ribeirinha das
reservas, bem como camisetas, bolsas e bonés
confeccionados pelo Instituto. A COP-8 acontece
até sexta-feira (31), em Curitiba (PR).
"A venda das bijuterias
e das esculturas será revertida para
a população da reserva. No Amazonas,
essas peças são vendidas aos
turistas na Casa Flutuante, criada especialmente
para esse fim", explica a representante
do Instituto na COP 8, Renata Oliveira. Segundo
ela, a principal atividade econômica
das comunidades é a pesca do Pirarucu,
autorizada pelo Ibama após a constatação
do aumento da população da espécie.
Além da pesca e do artesanato, o Instituto
desenvolve nas duas reservas programas com
o ecoturismo, manejo florestal e, ainda, a
agricultura familiar.
Na atuação
científica, existem cerca de 50 projetos
de pesquisa envolvendo o conhecimento da biodiversidade
amazônica, especialmente a de suas florestas
alagadas; padrões de uso dos recursos
naturais pela população local;
a compreensão da biologia e formas
de sua proteção e, ainda, sobre
o desenvolvimento e apropriação
de tecnologias de baixo impacto ambiental
aplicadas à habitação,
saneamento e produção econômica.
Para o Instituto Mamirauá,
a estratégia de conservação
da biodiversidade considera que as populações
tradicionais devem ser as principais beneficiárias
dos recursos naturais, com o poder de decisão
pelo manejo. O Instituto foi criado em 1999,
com sede em Tefé (AM), e tem como objetivo
promover a conservação da biodiversidade
de grandes áreas de florestas tropicais,
por meio do uso sustentado dos recursos naturais
com manejo participativo, envolvendo a população
local. Através de convênio com
o Instituto de Proteção Ambiental
do Amazonas (IPAAM), órgão estadual
de meio ambiente, as ações estão
direcionadas a cerca de 70 comunidades e 15
mil moradores, em uma área de 3 mil
hectares.