06/04/2006 - O diretor
do Programa Nacional de Conservação
da Biodiversidade do Ministério do
Meio Ambiente, Paulo Kageyama, enfatizou nesta
quinta-feira (06), em Joinville (SC),a necessidade
de as Convenções das Nações
Unidas sobre Diversidade Biológica,
Mudanças Climáticas e Combate
à Desertificação integrarem
a pauta de debates em torno da educação
ambiental. Para ele, a população
deve ser informada sobre esses tratados que,
apesar de muito importantes, são bastante
complexos.
"As negociações e discussões
sobre esses temas são muito restritas
atualmente", afirmou Paulo Kageyama ao
falar sobre o papel da educação
ambiental no enraizamento das convenções
internacionais, durante o V Congresso Ibero-Americano
de Educação Ambiental. Também
participaram do debate o coordenador do Programa
Agenda 21 Brasileira do Ministério
do Meio Ambiente, Sergio Bueno, e representantes
do Uruguai e da Espanha.
Promovido pelos Ministérios do Meio
Ambiente e da Educação, órgão
gestor da Política Nacional de Educação
Ambiental, o encontro discute até o
dia 8, em Joinville, a contribuição
da educação ambiental para a
sustentabilidade planetária. Mais de
cinco mil pessoas de 25 países da América
Latina, Caribe, Portugal e Espanha participam
do evento.
De acordo com Paulo Kageyama, a sociedade
desconhece a dimensão do problema relacionado
à perda rápida da biodiversidade
e ao desmatamento na Amazônia, temas
discutidos na Convenção sobre
Diversidade Biológica (CDB). "Parece
que não é um problema da população",
destacou. Em sua opinião, é
importante que o assunto seja debatido pela
sociedade. Para o diretor, os temas das três
convenções internacionais são
cruciais para a vida da terra.
Ao contrário da CDB, segundo Kageyama,
a Convenção sobre Mudanças
Climáticas chega mais facilmente ao
conhecimento da população, por
tratar da emissão de gases estufa,
que afetam diretamente a todo o mundo. Ainda
assim, em sua opinião, está
longe de a população entender
profundamente o problema.
O coordenador da Agenda 21 Brasileira, Sergio
Bueno, observou que a educação
ambiental é um processo permanente
de interação entre o homem e
a natureza, e que tem contribuído para
a implementação da agenda. "A
educação ambiental constitui
o grande instrumento de planejamento para
a construção de sociedades sustentáveis",
acrescentou. Em sua opinião, a Agenda
21 é a mais abrangente tentativa de
promover, em escala planetária, um
novo padrão de desenvolvimento, de
produção e consumo. Porém,
segundo ele, o processo de implementação
da Agenda 21 requer uma parceria permanente
entre Estado e sociedade, envolvendo comunidades,
movimentos sociais organizados e iniciativa
privada.
Sergio Bueno informou que os princípios
da Carta da Terra têm sido utilizados
na implementação das Agendas
21 Locais. No Brasil existem 678 iniciativas
de Agendas 21 locais, nas mais variadas configurações
territoriais, ou seja, por municípios,
por microbacias e por bacias hidrográficas,
entre outros. "A territorialidade é
definida pela própria população",
concluiu o coordenador.