05/04/2006 - Representantes
da Funai, da Polícia Federal, da Secretaria
Especial de Direitos Humanos e do Ministério
Público Federal se reuniram nesta terça-feira
(4) em Brasília para definir estratégias
e ações para aumentar a segurança
no Mato Grosso do Sul, onde a ocorrência
de conflitos fundiários é grande.
Entre as medidas discutidas está a
federalização do inquérito
dos índios Guarani Kaiwá que
mataram dois policiais civis no último
sábado (1), num acampamento indígena
em Porto Cambira, em Dourados (MS). Desde
fevereiro deste ano, os índios têm
autorização do Tribunal Regional
Federal da 3ª Região para ocupar
a área.
Além da morte dos
policiais, outro ficou ferido e ainda está
hospitalizado. Os índios acusados de
participação nos crimes foram
presos em flagrante e estavam em uma delegacia
da Polícia Civil, mas desde segunda-feira
(3) estão na carceragem da Polícia
Federal de Dourados. Na reunião, a
Funai pediu a federalização
do inquérito, pois todas as questões
que envolvem indígenas são resolvidas
na esfera federal. O Ministério Público
Federal se mostrou favorável ao pedido,
mas lembrou que esta decisão não
é de sua competência.
Outra questão levantada
durante o encontro foi a ampliação
e solidificação das ações
da Operação Sucuri. Formada
por servidores da Funai, a operação
já existe em Dourados e tem o objetivo
de fiscalizar as terras indígenas da
região. Para tornar o processo mais
eficiente, a Funai solicitou que se formasse
uma parceria com a Polícia Federal
para que não apenas as terras de Dourados
mas também da região de Amambai
tenham maior cobertura e segurança.
Como é uma região de fronteira
e de conhecidos conflitos, os fiscais trabalham
para diminuir e coibir a entrada de estranhos,
contrabando, tráfico de drogas, venda
de alimentos vencidos para os índios,
além de ajudar no combate a crimes
dentro das áreas indígenas.
Durante a reunião,
o representante da Secretaria Especial de
Direitos Humanos recomendou que fosse dada
mais atenção à segurança
pública do estado. Além de discutir
o caso das mortes em Dourados, o encontro
serviu para que a Funai pedisse colaboração
de todos no trabalho desenvolvido na região.