“A Cargill tem um papel central neste comércio
que está destruindo a Amazônia
porque ela está viabilizando a invasão
criminosa da soja na floresta”, afirma Paulo
Adário, coordenador da campanha Amazônia,
do Greenpeace.
O relatório “Comendo a Amazônia”,
publicado pelo Greenpeace Internacional, revela
que a Cargill negocia com fazendeiros inescrupulosos,
que grilaram e desmataram ilegalmente áreas
públicas e terras indígenas.
Alguns utilizaram até mesmo trabalho
escravo.
Resultado de um ano de investigação
sigilosa, nas regiões de produção
e consumo de soja, baseada em análise
de imagens de satélites, sobrevôos,
análise de dados do governo e pesquisas
de campo, o documento “Comendo a Amazônia”
evidencia como a demanda mundial por soja
alimenta a destruição da maior
floresta do mundo.
Além da Cargill, o papel de outras
duas multinacionais estadunidenses - ADM (Archier
Daniels Midland) e Bunge - na invasão
da Amazônia também é exposto
pelo relatório do Greenpeace. Elas
atuam incentivando o desmatamento ilegal,
a grilagem de terras e a violência contra
as comunidades locais. A investigação
mostra ainda como a soja amazônica é
utilizada para alimentar animais e acaba indo
parar nas prateleiras de supermercados e redes
de fast-foods da Europa, como Mc Donald’s
e KFC.
Além da ação realizada
hoje na Holanda, desde que o relatório
foi lançado, ontem, inúmeras
ações ocorreram em restaurantes
do Mc Donald’s, a maior cadeia de fast food
do mundo, na Inglaterra e na Alemanha.