Brasília (03/04/2006)
- Fiscais do Ibama apreenderam, no final de
semana em Urugaiana/RS, fronteira com a Argentina,
12 toneladas de jacarandá-da-bahia
(Dalbergia nigra), espécie que corre
risco de extinção e tem sua
exploração proibida. A madeira
fazia parte de uma carga irregular que vinha
de São Paulo e seguia para Buenos Aires.
Na nota fiscal apresentada, constava que toda
a carga seria da espécie Caviúna
do cerrado (Dalbergia miscolobium), mas 12
das 14 toneladas de madeira eram de jacarandá-da-bahia.
O analista ambiental Eduardo Burgueno percebeu
a fraude quando identificou duas espécies
de madeira na carga, "a intenção
era confundir os fiscais". Uma amostra
da madeira foi mandada para o Laboratório
de Produtos Florestais do Ibama (LPF), onde
se confirmou a suspeita de Burgueno. O exportador,
um fabricante de instrumentos musicais de
São Paulo, teve toda a sua carga apreendida
e foi multado. Segundo o analista ambiental,
a madeira seria utilizada na fabricação
de violinos.
"Verificamos que há
um fluxo de exportação de madeira
significativo em Uruguaiana e nós temos
que marcar presença por meio de vistorias
nas fronteiras e trancarmos saídas
ilegais de madeira do país", diz
o gerente substituto do Ibama no Rio Grande
do Sul, Fernando Falcão.
A exploração
do jacarandá-da-Bahia é proibida
por lei, esta espécie está listada
na Convenção sobre o Comércio
Internacional de Espécies da Flora
e Fauna Selvagens em Perigo de Extinção
(CITES). A convenção regulamenta
a exportação, importação
e reexportação de animais e
plantas, suas partes e derivados, por meio
de um sistema de emissão de licenças
e certificados expedidos mediante o cumprimento
de alguns requisitos, como, se determinado
tipo de comércio vai prejudicar ou
não a sobrevivência da espécie.