07/04/2006
- Brasília – Em comunicado oficial,
a multinacional Cargill informa que está
analisando o relatório Comendo a Amazônia,
publicado pelo Greenpeace Internacional, por
isso não tem condições
de comentar as denúncias da organização
ambientalista. A Cargill é citada como
uma das empresas que estão por trás
do avanço da produção
de soja na Amazônia, o que resulta no
aumento da devastação da floresta.
Sediada nos Estados Unidos,
a empresa argumenta que tem uma política
sobre o desenvolvimento responsável
da soja na Amazônia. "No Brasil,
como em todos os outros países em que
operamos, levamos nossas responsabilidades
corporativas com muita seriedade. Enquanto
estamos satisfeitos que aplicamos nossos padrões
globais de gerenciamento ambiental e social
responsável em nossas operações,
operamos em muitas áreas onde existem
desafios significativos mais amplos para alcançar
um desenvolvimento econômico sustentável",
diz em nota.
De acordo com a Cargill,
em Santarém (PA), por exemplo, - onde
a empresa investiu na instalação
de um porto para facilitar o escoamento da
produção - há um trabalho
com fazendeiros para minimizar os impactos
negativos do plantio de soja e proporcionar
mais benefícios econômicos às
comunidades.
A multinacional também
informa que está desenvolvendo um projeto
piloto em parceria com o grupo ambiental global
The Nature Conservancy para ajudar fazendeiros
a usar as melhores práticas agrícolas
na produção de soja, assim como
a cumprir as leis ambientais locais.
No relatório, o Greenpeace
afirma que o porto em Santarém foi
feito sem que a multinacional realizasse os
Estudos de Impacto Ambiental previstos na
Constituição brasileira e, por
isso, foi questionada na Justiça pelo
Ministério Público Federal.
No comunicado, a Cargill
destaca que exerce papel de "provedor
de acesso ao mercado de exportação".
"Investimos em uma instalação
para exportar soja no porto de Santarém,
no norte do País, uma área que
tem lutado durante muitos anos para gerar
uma renda adequada para a comunidade local.
Daqui exportamos soja que vem principalmente
do Estado de Mato Grosso na região
Centro-Oeste e também de áreas
ao redor de Santarém, anteriormente
usadas para pastagem".