02/04/2006
- Brasília - O desflorestamento permanece
sem controle e seis das maiores bacias hidrográficas
da Amazônia perderão, pelo menos,
dois terços da sua cobertura florestal.
Com isso, 382 espécies de mamíferos
perderão o habitat. A informação
foi divulgada na revista científica
Nature e é fruto do desenvolvimento
de um programa de informática por instituições
de pesquisa brasileiras e norte-americanas.
"O que motivou a gente
a desenvolver esse projeto é exatamente
analisar as possíveis conseqüências
do que está acontecendo com a Amazônia
e usar esse resultado como um alarme para
alertar que, se continuar desse jeito, vai
ser um desastre com trágicas conseqüências
para o meio ambiente", afirmou Britaldo
Soares Filho, professor da Universidade Federal
de Minas Gerais.
Ele disse que o programa
vem sendo desenvolvido desde 1998 e apresenta,
além da situação atual
e do que pode acontecer, alternativas para
solucionar a questão. Afirmou que o
problema do Brasil é a falta de recursos.
O dinheiro para investir na floresta pode
sair dela própria ou por meio do Protocolo
de Kioto, frisou.
"Ele estabelece redução
de emissões carbônicas que estão
indo para atmosfera. Se esse cenário
pessimista predominar, haverá uma emissão
de 32 bilhões de carbono para a atmosfera,
até 2050. Se o Brasil negociasse o
protocolo para evitar o desmatamento, creditando
recursos da compensação, se
reduziria a emissão de carbono e investiria
os recursos na preservação da
Amazônia", afirmou.
Está previsto no
Protocolo de Kioto o Mecanismo de Desenvolvimento
Livre (MDL), por meio do qual países
em desenvolvimento podem converter a redução
da emissão de gás carbônico
em créditos que podem ser vendidos
aos países industrializados. Britaldo
deu entrevista ao Programa Revista Brasil,
da Rádio Nacional AM.