Projeto
de catalogação de exemplares primários
de insetos do acervo do Inpa apresentará
um catálogo com informações
biológicas desses animais
11/04/2006 - Uma das primeiras
e principais medidas a serem tomadas na busca
pela formulação de projetos
de conservação adequados para
cada espécie de animal é conhecer,
cientificamente, o universo a ser trabalhado.
A esta tarefa dá-se o nome de taxonomia,
que significa “classificação
dos animais”. E o ciclo não pára
por aí. Após classificada a
espécie, é preciso inseri-la
num grande banco de dados, que consiste na
catalogação e organização
de todas as informações geradas.
Só assim, um acervo poderá servir,
de fato, como fonte de dados e informações
valiosas a serem usufruídas pela sociedade,
academia e instituições de pesquisa
de todo o mundo. E foi isso o que o entomólogo
José Moacir Ribeiro se propôs
a fazer, ao desenvolver um projeto que teve
como objetivo catalogar a essência de
qualquer coleção científica:
os tipos.
Tipos ou espécimes-tipo
são exemplares, estruturas (asas, pernas,
partes do corpo em geral), ou mesmo trabalhos
baseados em descrições de uma
espécie de animal. É a peça-chave
de qualquer acervo, pois é a prova
concreta e conservada da existência
de um animal com determinadas características
que lhe são peculiares. Cada tipo representa
um animal que foi classificado e catalogado.
Sem esse registro, seria impossível
estipular quantas espécies existem
na Amazônia e quantas já foram
descobertas. O primeiro tipo (exemplar) a
ser descoberto e identificado será
o que designará a espécie, e
é chamado de holótipo. As patentes
serão aplicadas nesse exemplar número
1. Os demais, mesmo que iguais ao primeiro,
ocuparão uma segunda categoria. De
acordo com Ribeiro, os holótipos são
escolhidos seguindo alguns critérios,
e o principal deles é o estado em que
se encontra o exemplar. Os preferidos serão
aqueles que estiverem em perfeito estado,
situação que nem sempre é
presenciada pelos cientistas, que muitas vezes
deparam-se com materiais em precárias
condições.
A pesquisa é desenvolvida
pelo Programa de Capacitação
Institucional (PCI), do Instituto Nacional
de Pesquisas da Amazônia (Inpa), e recebe
financiamento do Conselho Nacional de Desenvolvimento
Científico e Tecnológico (CNPq),
ambas instituições vinculadas
ao Ministério da Ciência e Tecnologia.
Teve início em 2004, com duração
de dois anos. Os resultados finais já
serão apresentados neste mês
de abril. O universo de trabalho de Ribeiro
abrangeu somente a Coleção de
Invertebrados do Inpa, da qual são
estudados e catalogados somente os insetos-tipo.
Para se ter uma idéia da dimensão
do acervo, existem aproximadamente 300 mil
insetos alfinetados (conservados com uso de
produto químico) e 5 milhões
acondicionados em álcool (não
tipos). E esse número está sempre
em ascensão. A cada pesquisa de campo,
novos exemplares vão sendo descobertos,
estudados e armazenados na coleção.
“A minha pesquisa está
inclusa em um sub-projeto do Instituto chamado
‘Manutenção, análise,
aplicação e disseminação
da coleção de insetos do Inpa’.
Com as informações geradas nele,
será possível fornecer elementos
para a elaboração de inventários,
catálogos, manuais etc.”, explica Ribeiro,
ressaltando que com a destruição
do meio ambiente, as coleções
científicas acabam transformando-se
em centros de documentação de
interesse mundial.
Para chegar ao objetivo
maior, que é ver devidamente catalogada
toda essa riqueza de conhecimento, Ribeiro
precisou concretizar outras etapas. “Tive
como objetivos específicos fazer o
tombamento dos espécimes-tipo como
patrimônio do Inpa, já que antes
era feito o registro dos tipos em fichas;
ainda estou finalizando o banco de dados,
para o qual todas as ordens dos insetos-tipo
estão sendo digitalizadas e passadas
para uma planilha a ser alimentada diariamente.
Estamos trabalhando para que esse banco seja
aplicado e divulgado na Internet, por meio
do site do Inpa”, afirma Ribeiro.
Para ler a matéria
completa, acesse o endereço:
www.inpa.gov.br/noticia_sgno.php?codigo=57&PHPSESSID=19266315c5dc022b144ba346d5d94dc9