12/04/2006 - A região
Xingu-Tapajós, ameaçada pelo
garimpo de ouro, madeireiras e projetos agropastoris,
começa a ser protegida, a partir de
maio, por uma rede formada por 8 entidades
de pesquisas, que vão elaborar estudos
detalhados dos seus sistemas ecológicos
com o objetivo de orientar políticas
capazes de promover o desenvolvimento sustentável
da Amazônia brasileira.
O Centro de Tecnologia Mineral
(Cetem) unidade vinculada ao Ministério
da Ciência (MCT), coordenará
a rede multidisciplinar de pesquisa, que envolve
o Centro de Ecologia e o Instituto de Pesquisas
Hidráulicas da Universidade Federal
do Rio Grande do Sul, o Departamento de Zoologia
e o Laboratório de Ictiologia da Universidade
Rural da Amazônia, a Fundação
Oswaldo Cruz, a Companhia de Pesquisas de
Recursos Minerais (CPRM/MME) e os Batalhões
de Selva do Exército.
O estudo da ecorregião
formará um banco de dados com informações
sobre o meio físico, biótico
e abiótico, geologia, solos, geomorfologia,
vegetação, hidrologia, qualidade
das águas fluviais, clima e biogeografia
de organismos aquáticos, em especial,
peixes, moluscos e insetos.
Atravessada pela rodovia
Transamazônia, a região tem cerca
de 1 milhão de quilômetros quadrados,
abrange 30 municípios e é habitada,
sobretudo, por povos indígenas. Abrigando
um impressionante nível de biodiversidade,
e de recursos minerais e hídricos,
ela é ameaçada tanto pela urbanização
sem controle, quanto pela exploração
de madeiras e de ouro, o que tem gerado inúmeros
conflitos.
O grupo de pesquisa
escolheu estudar a ecorregião Xingu-Tapajós
por se tratar de área localizada na
Amazônia brasileira, de “profundo interesse
científico por pesquisadores nacionais
e internacionais, possibilitando a associação
e integração de múltiplas
instituições brasileiras” Serão
investidos no projeto R$ 320 mil, recursos
oriundos do Fundo Setorial de Recursos Hídricos
(CT-Hidro), do Conselho Nacional de Estudos
e Pesquisas (CNPq/MCT).