14/04/2006 - Rio - A Empresa
de Pesquisa Energética (EPE), vinculada
ao Ministério de Minas e Energia, está
trabalhando com a perspectiva de levar a leilão,
ainda no segundo semestre deste ano, as usinas
Jirau e Santo Antonio, do Complexo Hidrelétrico
do Rio Madeira.
O presidente da empresa,
Maurício Tolmasquim, disse que tem
acompanhado a questão do licenciamento
ambiental pelo Instituto Brasileiro do Meio
Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis(Ibama)
e considera que "tudo tem caminhado muito
bem".
Tolmasquim afirmou, entretanto,
sua preocupação com o "timing"
(prazo). Ele acredita que a licença
será concedida, mas teme que o prazo
em que isso ocorra leve ao adiamento do leilão
das usinas.
"Se dependesse de mim,
a licença ambiental do Madeira sairia
até junho, no máximo, para levar
a leilão no segundo semestre, visando
a contratar energia em 2011", disse.
Segundo ele, o problema agora não é
se sai ou não sai a licença.
"Mas passa a ser crucial a data de saída
dessa licença, para fazer o leilão
a tempo de construir as usinas".
Tolmasquim lembrou o tempo
médio necessário para construir
uma usina hidrelétrica é de
cinco anos, enquanto uma térmica leva
em torno de três anos para começar
a operar. Ele considera o Complexo do Rio
Madeira fundamental para atender a demanda
projetada nos próximos anos, da ordem
de 3 mil megawatts (MW), em média,
o que equivale a 5 mil ou 6 mil MW de capacidade
por ano.
Por enquanto, apenas o consórcio
liderado por Furnas Centrais Elétricas
e o grupo privado Odebrecht demonstrou interesse
em participar da disputa pelo complexo hidrelétrico
do Madeira. As duas usinas demandam investimentos
de R$ 20 bilhões.
Maurício Tolmasquim
disse que a EPE está analisando se
os empreendimentos serão feitos em
conjunto ou separadamente. Ele declarou que
há interesse de que as usinas tenham
o maior número de parceiros privados
possível ou que, pelo menos, o consórcio
existente seja aberto para mais participantes.
As usinas de Jirau
e Santo Antonio serão construídas
entre as cidades de Porto Velho e Abunã,
em Rondônia, na fronteira com a Bolívia.
A potência instalada prevista é
de 3,3 mil MW e 3,15 mil MW, respectivamente.