13/04/2006 - Será
inaugurada na próxima terça-feira
(18), às 10h, na Femsa Cerveja Brasil,
em Jacareí (SP), a terceira estação
da Rede Piloto de Plataformas Hidrológicas
de Coleta de Dados da Bacia Hidrográfica
do Rio Paraíba do Sul. Outras duas
estações, inauguradas no ano
passado, estão instaladas em Cruzeiro,
na Maxion, e em Guaratinguetá, na Basf.
Outras quatro Plataformas de Coleta de Dados
(PCDs) ainda serão instaladas para
formar a rede de monitoramento da qualidade
das águas do rio Paraíba, no
trecho paulista, uma das regiões mais
industrializadas do País, com uma população
de cerca de 2 milhões de habitantes.
A rede é operada
com uso de satélites desenvolvidos
pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais
(Inpe), órgão do Ministério
da Ciência e Tecnologia (MCT). O Centro
de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos,
do Inpe, é responsável pelo
processamento e distribuição
de dados de uma rede de 700 unidades, aproximadamente,
espalhadas por todo o território brasileiro.
A rede de PCDs que está
sendo instalada às margens do Paraíba
irá permitir às empresas e entidades
parceiras neste projeto o acesso aos dados
em tempo quase real. As PCDs de Guaratinguetá
e Cruzeiro ainda estão em fase de validação.
Dados coletados manualmente estão sendo
comparados com os fornecidos via satélite
para os ajustes finais. Entre a coleta dos
dados pelos instrumentos à beira do
rio e a liberação aos usuários
leva-se, em média, cerca de 100 minutos.
O monitoramento do Paraíba
é uma iniciativa do Comitê de
Bacias Hidrográficas do rio Paraíba
do Sul (CBH-PS), da Companhia de Tecnologia
de Saneamento Ambiental (Cetesb), do Inpe
e de empresas do Vale do Paraíba.
As PCDs são dotadas
de sensores capazes de medir cinco parâmetros
que indicam poluição de natureza
química e orgânica da água.
Serão medidos oxigênio dissolvido,
condutividade, pH, temperatura e turbidez
das águas, além da precipitação
pluviométrica e do nível do
rio, que indica indiretamente a vazão
do rio no ponto de medição.
As aplicações
- o monitoramento das águas do rio
Paraíba deverá oferecer subsídios
a órgãos envolvidos na ocorrência
de eventos extremos de poluição
e enchentes, além de funcionar como
um sistema de alerta no caso de acidentes
com cargas perigosas. Outra vantagem do monitoramento
é a coleta noturna dos dados. Será
possível conhecer o comportamento do
rio no período noturno, quando é
reduzida a atividade industrial, e até
detectar lançamentos clandestinos.
A rede do Paraíba
do Sul deverá subsidiar pesquisas coordenadas
pelo Inpe na área hidrológica
e de meio ambiente, como a do programa de
Monitoramento Ambiental do Eixo-Rio São
Paulo (MARSP) – www.cptec.inpe.br/marsp, da
Divisão de Clima e Meio Ambiente do
CPTEC.
O Marsp reúne uma
série de projetos científicos,
baseados em estudos interdisciplinares da
região do Vale do Paraíba, região
Serrana e Litoral Norte. O programa abrange
sistemas de monitoramento e estimula os avanços
científicos e tecnológicos que
possam contribuir para a solução
de problemas ambientais da região.
Outro interesse do CPTEC na rede do Paraíba
do Sul é a possibilidade de se ampliar,
com o uso dos dados de chuva, o conhecimento
das sazonalidades climáticas da região.
Com a ampliação
de pontos monitorados na bacia, integrando
dados de qualidade e quantidade da água,
será possível gerar séries
de dados confiáveis, respaldadas nas
séries históricas da Cetesb
e do Inpe-CPTEC. A expectativa é de
que os dados da rede possam ainda fundamentar
o processo de outorga e cobrança pelo
uso da água; subsidiar o planejamento
e a execução de obras; ordenar
o uso e a ocupação do solo e
oferecer subsídios a estudos hidrológicos
para projetos e obras hidráulicas e
de abastecimento.