14/04/2006 - Lucas do Rio
Verde (MT) – A promotora do Ministério
Público Patrícia Euleutério
Campos descobriu que apenas duas aeronaves
de duas empresas estão autorizadas
a realizar a pulverização de
agrotóxicos sobre as plantações
no município de Lucas do Rio Verde,
onde, no início de março, a
área urbana da cidade foi coberta por
uma nuvem de veneno. Os registros estão
no Ministério da Agricultura no Mato
Grosso.
Depois do acidente com o
agrotóxico, a secretária municipal
de Agricultura e Meio Ambiente, Luciane Bertinato
Copeti, em parceria com o Ministério
Público, fez um levantamento inicial
e descobriu que existem pelo menos mais nove
aeronaves de propriedade de fazendeiros que
não estão registradas no Ministério
da Agricultura.
"Alguém estava
fazendo essa pulverização, próxima
do perímetro urbano, e houve um inversão
térmica, o que provocou essa 'deriva',
que veio a ocasionar o problema no município
de Lucas do Rio Verde. E não há
fiscalização aérea para
o município de Lucas do Rio Verde",
reconhece.
A Agência Nacional
de Aviação Civil informou, por
meio do superintendente regional, coronel
Gusmão, que o órgão não
tem nenhum tipo de controle sobre essas aeronaves.
"Elas geralmente decolam de campos de
pouso das próprias fazendas, sem relatórios
ou planos de vôo, passam a baixa altitude
e não são identificados pelos
radares", explica o coronel.