13/04/2006 - São
Paulo – A preservação da Amazônia
é um dos temas mais importantes nos
debates que a União Nacional dos Estudantes
(UNE) realizará durante o 11º
Conselho Nacional de Entidades de Base (Coneb),
que ocorre entre hoje (13) e o dia 16 em Campinas
(SP).
Amanhã, durante o
encontro, deve ser lançada a campanha
A Amazônia é do Brasil, com a
participação do geógrafo
Aziz Ab’Saber. A UNE espera reunir no congresso
mais de quatro mil representantes de diretórios
e centros acadêmicos de instituições
de ensino de todo o país.
Segundo o presidente da
entidade, Gustavo Petta, o objetivo da campanha
é convocar os jovens a se engajarem
na defesa do território nacional. Entre
as iniciativas da campanha, está uma
caravana que deverá percorrer as principais
regiões da Amazônia Legal para
aprofundar o debate sobre Lei das Florestas,
desenvolvimento sustentável, Protocolo
de Kyoto e biopirataria. "A idéia
é fazer essa caravana para, inclusive,
recolher denúncias e fazer um dossiê
que será entregue ao presidente Luiz
Inácio Lula da Silva, junto com sugestões
concretas para a defesa do patrimônio
do Brasil", disse, acrescentando que
o documento deve ser entregue a Lula em agosto.
"A Amazônia não
pode continuar como é hoje, invadida
indiretamente por organizações
não-governamentais (ONGs) e corporações
estrangeiras que roubam sementes e frutos,
trazem esse transtorno que é a biopirataria
e defendem que a Amazônia seja desnacionalizada",
afirmou Petta.
Para ele, o Brasil precisa
impedir que as florestas brasileiras sejam
entregues a ONGs estrangeiras, principalmente
às que acusam o Brasil de negligência
na preservação das florestas.
"Ao mesmo tempo em que elas fazem esse
tipo de acusação, utilizam recursos
arbitrários, como o próprio
roubo de riquezas da nossa biodiversidade,
para a realização de pesquisas
lá fora", afirma.
No entendimento de Petta,
o governo federal deveria deixar de fornecer
licenças para o desmatamento das florestas,
apesar de hoje existirem as licenças
para o manejo de florestas de corte. "O
fato é que as madeireiras e várias
empresas não respeitam essas licenças
e as regras para atuar dentro das florestas".
Ele ressaltou que a UNE não é
contra o intercâmbio e a pesquisa científica.
"Mas isso tem que ser feito de acordo
com os interesses do país e não
de outros países, que se apropriam
e se aproveitam das fragilidades do Brasil
na defesa de seu território".